| 30/09/2002 21h50min
Nem a chuva diminuiu o entusiasmo do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que discursou durante 25 minutos na noite desta segunda, dia 30, em comício do Largo da Alfândega no Centro de Florianópolis. Santa Catarina está entre os quatro estados – junto com Minas, Bahia e Amapá – onde o PT calcula que o candidato deva fazer mais da metade dos votos para presidente.
Por isso, acompanhado do candidato a vice, José de Alencar (PL), Lula veio convocar a militância para "ocupar cada metro quadrado do Estado", entre terça e sábado, e dar também a possibilidade de vitória aos candidatos petistas José Fritsch ao governo, Ideli Salvatti e Milton Mendes ao Senado, além de fazer representativas bancadas estaduais e federais do PT e do PL.
– Não é a primeira vez que venho fazer comício embaixo de chuva em Florianópolis. No último comício do segundo turno de 1989 era chuva torrencial, com o Brizola em 1998, era chuva torrencial. Isto aqui não é chuva, são lágrimas de alegria dos anjos porque nós vamos ganhar a eleição no dia 6 de outubro – afirmou o candidato para cerca de 10 mil pessoas que disputavam espaço sob os guarda-chuvas, bandeiras e faixas.
Antes do final do discurso, a chuva cedeu.Apesar desta aposta na vitória em primeiro turno, Lula argumentou que não vai antecipar nomes de sua equipe de governo.
– Não ganhei nada ainda. Querem saber quem será o presidente do Banco Central? Não interessa, é problema meu. Deixa eu ganhar o jogo primeiro – alegou.
De Florianópolis, Lula seguiu para showmício em Porto Alegre. Na terça, faz o último ato público em São Bernardo do Campo (SP) e na quarta e quinta-feira descansa para participar do debate com os demais candidatos na TV Globo. Lula assegurou que vai estar presente ao confronto, mas avisou que não aceitará provocações.
– Eu não vou falar mal do governo, eu não vou falar mal de ninguém, eu vou falar bem do PT. Eles estão doidos para me provocar. Mas eu nunca estive tão tranqüilo na minha vida, estou de bem com o mundo.
Lula disse que as três derrotas anteriores o deixaram mais "experimentado, calejado, ousado e preparado para a responsabilidade de governar o país". Segundo o candidato, com administrações em cinco estados, sete capitais e 179 municípios, o partido também está muito melhor do que em qualquer outro momento da história. Citou depoimento da empresária Viviane Senna, que sábado, dia 27, teria lhe testemunhado "o fracasso da elite brasileira em cuidar do Brasil, porque não teve a competência de resolver os problemas sociais".
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