| 18/09/2002 23h14min
Em reunião da cúpula da aliança que sustenta a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência, nesta quarta-feira, 18 de agosto, em Brasília, a estratégia de usar tom agressivo contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve apoio unânime.
O objetivo do comando pró-Serra é evitar que a eleição presidencial seja decidida em primeiro turno no dia 6 de outubro. A possibilidade já é admitida por destacados integrantes da aliança, como o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL). Nem mesmo os que fazem reparos à estratégia tucana ousaram discordar da decisão do comando.
Na abertura do encontro, que teve participação de governadores, prefeitos, deputados e senadores do PFL, PMDB e PSDB, o cientista político Antonio Lavareda e o publicitário Nelson Biondi mostraram a consistência das pesquisas qualitativas. Coube ao marqueteiro Nizan Guanaes, que apareceu em um vídeo exibido aos convidados, fazer um apelo para que todos aliados se envolvam na campanha:
– Nós (o marketing) somos a aviação e os políticos a infantaria. Não se ganha eleição só com programa de TV.
– Quem fez crítica do lado de fora, lá dentro se calou. Foram só aplausos – disse o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Até o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB), que sempre defenderam uma campanha centrada no debate de idéias, concordaram com a estratégia do ataque.
– Não pode haver mentira. Como não é mentira, é verdade, não vejo problema (em manter os ataques) – afirmou Alckmin.
– Nós vamos discutir as contradições do PT. O PT que não foi a favor do Real e o fim da inflação – complementou Aécio.
O prefeito de Campina Grande, Cássio Cunha Lima (PSDB), discorda do tom radical contra o Lula, mas reconhece que a estratégia que está dando certo não pode ser reformulada. Ele já chegou à reunião prevendo que o único resultado seria a decisão de intensificar a campanha de rua. E foi isso que aconteceu.
Segundo Geddel Vieira Lima, nos 18 dias que faltam para o primeiro turno, Serra fará campanha no estilo do ex-presidente americano Bill Clinton num esforço de massificação da candidatura. A idéia é visitar seis a oito grandes municípios do Sul, Norte e Nordeste nos dois finais de semana que antecedem o primeiro turno.
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