| 05/09/2002 11h01min
Candidatos perguntaram para candidatos no terceiro bloco do debate O Rádio Gaúcho nas Eleições 2002 – o Rio Grande Comanda, realizado na manhã desta quinta-feira, 5 de setembro.
A primeira pergunta, de Carlos Schneider (PSC) para José Vilhena (PV) se referiu à poluição industrial. Para o candidato do PV, é preciso uma auditoria para conhecer indústrias poluentes e o tipo de poluição que estas produzem. Segundo ele, os governos não têm dado a devida importância à questão. Ao debaterem a indústria coureiro-calçadista e a agroindústria, Vilhena ressaltou a necessidade de rever a utilização de agrotóxicos no campo e de resolver as conseqüências para o ambiente provenientes da indústria calçadista.
Em seguida, Vilhena questinou Tarso Genro (PT) sobre os transgênicos. Para o petista, a questão não é ideológica, e sim de saúde. Tarso afirmou que é preciso investir em pesquisa biotecnológica a fim de evitar desastres ambientais e problemas para consumidores. Também lembrou o mercado existente para produtos não transgênicos, que poderia ser um nicho para atuação de agricultores familiares gaúchos. Vilhena afirmou que o PV é contrário à transgenia.
O maior embate do terceiro bloco se deu quando Caleb de Oliveira (PSB) questionou Antônio Britto (PPS) sobre atrasos de dois salários do funcionalismo e sobre o parcelamento de um 13º salário durante o período do governo de Britto mesmo com o que Caleb classificou como cinco orçamentos à disposição. Além dos recursos anuais, disse o candidato do PSB, também havia dinheiro proveniente de privatizações. Britto não respondeu à questão, mas garantiu que entregou o governo com as contas em dia e com recursos em caixa. Chamou a atenção para dívidas da atual administração, como para com as prefeituras, que chegariam a R$ 200 milhões. Também lembrou que não há negociação para a vinda de um grande investimento para o Estado. Caleb voltou a perguntar sobre o pagamento dos servidores e Britto relembrou que não há investimentos do atual governo para o próximo governador.
Aroldo Medina (PL) questinou Germano Rigotto (PMDB) sobre a segurança. O peemedebista afirmou que é preciso devolver a auto-estima para a categoria, com melhores condições de salário e de especialização, especialmente em questões como o combate ao narcotráfico e ao roubo de cargas. Medina disse que em um Estado onde há segurança, há investimentos, que criam empregos.
Britto perguntou para Celso Bernardi (PPB) sobre as condições em que o próximo governador encontrará o Estado. Bernardi enumerou cinco problemas, que classificou como graves: déficit público superior a R$ 4 bilhões, serviço público insatisfatório e partidarizado, baixos salários, falta de recursos para investimentose problemas com o Insituto de Previdência do Estado (IPE) e com previdência dos servidores. O pepebista garantiu que é preciso reduzir despesas sem demitir. Britto disse que problemas históricos gaúchos se agravaram no atual governo, e que será preciso construir forças políticas e sociais para resolver problemas como a dívida e o IPE. Bernardi ainda duvidou de números que apontam crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pecuário gaúcho, de mais de 23%. Para o pepebista, o índice é resultado de recursos federais investidos no Estado.
Bernardi ao questionar Schneider voltou a falar da necessidade de reduzir gastos com a máquina pública sem demitir. Antes de responder, Schneider afirmou que pretende seperar a Brigada Militar e a Polícia Civil, qualificando cada uma das corporações que, segundo ele, têm funções distintas. Para ele, é preciso integrar dados entre as polícias, mas manter o respeito a cada uma das entidades. Ao falar sobre a máquina pública, Schneider garantiu que se for preciso contratar mais, o fará. Se tiver de demitir, também optará por isso. Bernadi disse que, se eleito, reduziria custos da administração ao cortar seis secretarias de Estado e 25% dos cargos em comissão.
Medina foi novamente alvo de uma pergunta sobre segurança. Rigotto questinou como se daria a contratação de 10 mil soldados, uma promessa do candidato do PL. Medina garantiu que as contratações são viáveis, já que seriam temporárias. Ele contrataria egressos do serviço militar, dispensados depois de quatro anos nas Forças Armadas. O efetivo receberia na BM o mesmo que ganhava nas Forças Armadas, ou R$ 600, segundo Medina. Rigotto afirmou que é preciso ainda investimentos em áreas como saúde e educação. Para o peemedebista, é preciso entrar na guerra fiscal, para que empresas se estabelecendo no Estado, gerando novos investimentos e novos empregos. Para ele, o futuro governo precisa articular com o governo federal, municípios, a sociedade e organismos internacionais.
A última pergunta do bloco foi de Tarso para Caleb. Ambos falaram sobre números positivos no Estado garantidos durante a administração atual. Caleb garantiu que o Rio Grande do Sul tem um dos melhores desenvolvimentos econômicos do país. Segundo ele, seria resultado da crença nos gaúchos, nas potencialidades do Estado. Caleb ainda disse que apenas trazer corporações estrangeiras não resolve problemas regionais. Tarso sustentou que é preciso pensar a economia de baixo para cima. Caleb, ao citar o governo anterior, disse que Britto afirmara que a base produtiva do Estado era ultrapassada. Sustentou que papel do Estado é agregar valor às cadeias produtivas do Estado. Caleb citou os setores metalúrgico e moveleiro como exemplos.
O debate, gerado pela FM Cultura e disponibilizado para as 262 emissoras associadas à Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), é transmitido pela Rádio CBN 1120. Ao todo, serão cinco blocos.
Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições
2002.
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