| 29/08/2002 08h30min
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Acre, Miracele Borges, pediu nessa quarta, dia 28, ao presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sepúlveda Pertence, que autorize o envio de tropas federais para todos os municípios do Estado. Além de o Acre fazer fronteira com o Peru e a Bolívia, Miracele argumentou que há no Estado um “corredor de entorpecentes” e que, em eleições passadas, foi verificado o envolvimento de candidatos com o narcotráfico.
Ao analisar o pedido, os ministros do TSE também deverão levar em conta a alta temperatura da disputa entre o atual governador Jorge Viana (PT), candidato à reeleição, e o seu principal adversário, Flaviano Mello (PMDB). O auge da crise ocorreu na semana passada, quando o TRE impugnou a candidatura do petista sob o argumento de que ele teria usado indevidamente a publicidade institucional do governo. Viana e Mello desembarcaram na terça-feira em Brasília.
O petista diz estar com medo de sofrer um atentado, por ter enfrentado o crime organizado, e pediu a presença do corregedor do TSE, Sálvio de Figueiredo, no Acre. Já Mello quer observadores do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mello disse que veio a Brasília porque Viana acusou-o de envolvimento com o narcotráfico.
– Os advogados que defendem o governador também defenderam o ex-deputado Hildebrando Paschoal – reagiu o candidato do PMDB.
Ao analisar os pedidos de envio de tropas, o TSE levará em conta recomendação do Exército para que haja moderação no uso dos soldados. Até agora, o TSE atendeu ao pedido de envio das tropas para alguns municípios do Pará, incluindo zonal eleitorais de Belém, e de Roraima. A decisão sobre o Acre está suspensa para que seja analisada a necessidade de ajuda.
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