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MST evita invasões para favorecer Lula

A campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência e o plebiscito sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), a ser realizado em setembro, levaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a colocar em segundo plano as invasões de propriedades no país.

Líderes do movimento confirmam que a campanha de Lula e o plebiscito, no qual a entidade figura como organizadora, estão no topo da lista de prioridades até o pleito de outubro. O objetivo é poupar Lula, que lidera a corrida presidencial, evitando que adversários culpem o petista pelas invasões de terra. A trégua não é total. No Nordeste, foram anunciadas ocupações durante o Grito dos Excluídos, de 1º a 7 de setembro. As invasões deverão se intensificar a partir de novembro.

O MST reservou os meses de julho e agosto para divulgar o plebiscito sobre a participação do Brasil na Alca, organizado com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras entidades. A partir de setembro, os sem-terra irão concentrar esforços na campanha de Lula.

– A militância tem duas tarefas: primeiro, garantir a organização do plebiscito, e depois avermelhar o país. Em setembro, vamos assumir a campanha de Lula e garantir sua vitória – informou Jaime Amorim, da direção nacional e um dos principais líderes do MST.

Além de apoiar Lula, os sem-terra também farão campanha nos Estados para candidatos do PT identificados com o movimento que disputam as eleições majoritárias e proporcionais. No Rio Grande do Sul, o deputado estadual Dionilso Marcon almeja o segundo mandato, concorrendo na mesma faixa do frei Sérgio G×rgen. O deputado federal Adão Pretto (PT) tenta a reeleição.

A diminuição no ritmo das invasões faz parte de um acordo entre o MST e o PT firmado logo após a invasão da Fazenda Córrego da Ponte, em Buritis (MG), da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorrida em abril. Na época, o governo tentou envolver o PT, acusando-o de dar cobertura ao movimento. Temendo prejuízos eleitorais, Lula e os dirigentes do PT condenaram publicamente a atitude dos sem-terra. O gesto foi combinado com a cúpula do MST.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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