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Quatro dias antes do encontro do presidente Fernando Henrique Cardoso com candidatos a sua sucessão, os presidenciáveis de oposição divergiram nesta quinta-feira, 15 de agosto, sobre o principal ponto estudado pelo governo para recuperar a receita: a minirreforma tributária.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, acenou com a possibilidade de a bancada do partido no Congresso apoiar um esforço para aprovar a proposta. Por meio de sua assessoria, Ciro Gomes (PPS) disse que não só não apóia a idéia como tem um outro projeto de reforma para ser enviado ao Congresso em janeiro de 2003, se for eleito.
– Queremos dizer ao presidente que ele não pode esperar as eleições para que em janeiro alguém faça alguma coisa que ele pode fazer já – disse Lula.
Insistindo que a única saída para o Brasil é voltar a crescer, Lula criticou a condução da política econômica nos últimos anos e as associações que analistas fazem das turbulências no mercado às candidaturas de oposição.
– O que o governo está fazendo é como um técnico de futebol culpar a torcida pela derrota de seu time – comparou.
Lula disse que não conhece todos os termos do acordo do Brasil com o FMI, mas admitiu que se for presidente pode usar as cláusulas que prevêem revisões periódicas para defender adequações à realidade do país.
– Veremos o que vamos exigir, o que vamos decidir fazer, pois temos interesse em que o Brasil saia ganhando nas mesas de negociação – adiantou.
Ciro, por sua vez, lembrou que Fernando Henrique está terminando o último ano de seu segundo mandato e em nenhum momento houve esforço do governo para aprovar a reforma tributária ou os projetos que já tramitam no Congresso. Disse, ainda, que, se eleito, fará uma reforma tributária ampla. O projeto defendido pelo candidato do PPS consiste, basicamente, em reduzir o número de impostos existentes para aproximadamente cinco tributos, desonerando os setores produtivos e a folha de pagamento das empresas.
O candidato, no entanto, gostou das declarações e do posicionamento de Fernando Henrique. Em conversas com assessores Ciro afirmou que o presidente "agiu como alguém que está jogando para tranquilizar o mercado".
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