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 | 13/08/2002 09h42min

Terça-feira começa com dólar em alta, negociado a R$ 3,237

A cotação do dólar comercial abriu a terça-feira em alta de 2,59% ante o fechamento desta segunda-feira, segundo informações da Globo News. Por volta das 9h20min, a moeda norte-americana era negociada a R$ 3,227 na compra e a R$ 3,237 na venda. Ontem, a divisa encerrou o dia cotada a R$ 3,145 para compra e a R$ 3,155 para venda, uma alta de 3,95% em relação ao fechamento da sexta, quando terminou vendida a R$ 3,035.

A volta da turbulência econômica na última sexta, dois dias depois de fechado o acordo de US$ 30 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), levou Fernando Henrique Cardoso a reconsiderar a hipótese de se reunir com os principais candidatos à Presidência. Na noite desta segunda, FH confirmou o convite. Os encontros ocorrerão ainda neste mês.

Com o conhecimento de que o Banco Central (BC) dispõe de US$ 15 bilhões para atuar no câmbio, o mercado financeiro também está testando os limites da política de atuação do BC, que suspendeu na semana passada o compromisso de intervir diariamente. O presidente do BC, Armínio Fraga, admitiu ontem que a venda diária de dólares pode voltar. Além disso, o BC pode empregar parte das reservas internacionais para fornecer crédito às empresas que têm dívidas em dólar. Sem oferta de linhas de financiamento externo, essas companhias buscam moeda norte-americana para honrar os vencimentos à vista. Mas o acordo entre o FMI e o governo brasileiro ainda não solucionou a falta de liquidez.

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, por sua vez, afirmou que o governo não tomará novas medidas para conter a alta do dólar. Ele acredita que o apoio interno dos principais presidenciáveis ao acordo de US$ 30 bilhões com o FMI acalmará os mercados.

Ontem, a cotação da moeda norte-americana acelerou o ritmo de alta logo depois da conclusão da operação de rolagem parcial de papéis cambiais que vencem na quinta-feira, no valor total próximo a US$ 2,4 bilhões. Para rolar quase 25% dessa dívida, o Banco Central aceitou no leilão, pela primeira vez, pagar prêmios de até 33% ao ano. A taxa é praticamente o dobro da Selic, de 18% ao ano, referência para a remuneração dos títulos públicos emitidos em moeda local. No último dia 5, quando o mercado pediu prêmio altos, o BC preferiu não rolar os papéis cambiais.

A venda acentuada de títulos da dívida pública brasileira ditou a disparada do risco-país, que mede a percepção dos investidores estrangeiros de o Brasil pagar sua dívida externa. O Risco Brasil atingiu 2.221 pontos, alta de 10,8%. As operações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também foram influenciadas pelo mercado de câmbio. A Bovespa recuou 2,62%.

 
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