| 09/08/2002 21h01min
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, e o candidato ao governo estadual pelo PPS, o ex-governador Antônio Britto, se reúnem às 9h da manhã deste sábado, 10 de agosto, na sede do PDT, em Porto Alegre. O encontro foi anunciado por Brizola, depois de quase seis horas de reunião com a comissão política, a executiva e parlamentares pedetistas na tarde desta sexta-feira.
No encontro deste sábado, Brizola deverá deverá formalizar o apoio de seu partido à aliança O Rio Grande em 1 Lugar (PPS-PFL-PT do B-PSL). Na sede do PDT, Brizola entregará a Britto uma lista de pontos os quais espera que sejam incluídos no programa de governo do candidato. As condições para o apoio, segundo Brizola, já foram avalizadas pelo candidato a presidente do PPS, Ciro Gomes.
A decisão de apoiar Britto, que já vinha se desenhando desde a renúncia de José Fortunati à candidatura a governador pelo PDT, foi confirmada nesta sexta-feira, 9 de agosto, depois de quase sete horas de reunião de Brizola com a direção do PDT gaúcho, parlamentares e conselho político. No momento do anúncio de Brizola, em entrevista coletiva, o presidente estadual do PDT, Vieira da Cunha, não estava presente. Vieira era o maior defensor da manutenção da candidatura própria do PDT.
Sorridente, mas com aparência de cansaço, o líder trabalhista chegou a elogiar Britto pela iniciativa de deixar o PMDB e ingressar num partido menor como o PPS. Afirmou ainda ter a certeza de que o ponto de vista de Britto sobre privatizações hoje não é mais o mesmo de antes. Disse que não é inimigo do ex-governador, "apenas adversário".
No início de julho, porém, Brizola acusou o candidato do PPS de ter ludibriado o PDT e o povo gaúcho ao voltar atrás da decisão de não mais disputar o governo. Na época, o presidente do PDT chamou Britto de "neoliberal" e "fernandista", acusações.
– As nossas divergências e distanciamento com o candidato Britto passam a ser uma questão secundária desde que haja um programa, um compromisso em relação aos interesses do Rio Grande do Sul – disse.
Brizola deixou claro que a aproximação com Britto decorre de um objetivo maior do PDT, o de trabalhar para eleger Ciro. Chegou a falar de uma fusão do PDT, com o PTB e o PPS num único partido, força que, segundo Brizola, seria capaz de eleger pelo menos cem deputados federais em outubro.
Apesar da aparente concordância da cúpula do PDT gaúcho com a aproximação com o PPS, à medida que deixavam a reunião líderes do partido deixavam transparecer preocupação com a possibilidade de haver novas dissidências no PDT. O deputado federal Enio Bacci, por exemplo, acredita que se o apoio a Britto acontecesse no segundo turno o risco de esfacelamento do PDT seria ainda maior.
Brizola (D), durante coletiva, ao lado do companheiro de partido João Bosco Vaz
Foto:
Mário Brasil
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