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 | 08/08/2002 20h27min

Brizola define nesta sexta futuro do PDT no Estado

Tendência é o partido não lançar candidato ao governo e apoiar Britto no segundo turno

A partir das 14h desta sexta-feira, 9 de agosto, a cúpula do PDT gaúcho voltará a se reunir com o presidente nacional Leonel Brizola, em Porto Alegre, para bater o martelo sobre a posição do partido no primeiro turno da eleição.

Líderes pedetistas próximos a Brizola acreditam que a tendência será o partido não lançar candidato a governador, em substituição a José Fortunati, e liberar os filiados para votar em quem quiser. Para o segundo turno, o apoio seria mesmo ao candidato do PPS a governador, Antônio Britto, já que na disputa à Presidência da República o PDT já é cabo-eleitoral declarado de Ciro Gomes (PPS).

Em conversa telefônica esta semana com um dos dirigentes do PDT gaúcho, Brizola teria deixado claro que na reunião desta sexta defenderá o apoio a Britto somente no segundo turno, uma estratégia para evitar uma nova debandada de filiados que não aceitam apoiar o PPS neste momento. A direção do PDT gaúcho tem consciência de que apoiar outro candidato hoje seria prejudicial porque há muitos resistências entre os filiados tanto com relação ao PT como ao PPS.

– Ciro será nosso fiador para que possamos pôr no papel algumas questões que queremos para o Estado – teria dito Brizola.

Outra determinação do líder é a de não sacrificar líderes do PDT gaúcho que não queiram substituir Fortunati na disputa pelo Palácio Piratini. Com a recusa do deputado federal Alceu Collares em abrir mão da candidatura à reeleição para disputar o governo, a alternativa seria o deputado estadual e presidente regional do PDT Vieira da Cunha. O parlamentar também não tem a intenção de concorrer ao governo, mas admite que caso seja ele o nome escolhido por Brizola não terá escapatória. Sobre isso, Brizola também foi incisivo e deixou claro que pretende poupá-lo.

– De maneira alguma vamos queimar o companheiro Vieira da Cunha. Não permitirei que isso aconteça. Para ele temos outras destinações políticas – teria comentado o líder nacional do partido.

Enquanto a fumaça branca não sai da sede estadual do PDT, líderes do PPS têm se empenhado nos bastidores para garantir a aproximação dos dois partidos. O presidente estadual do PPS e coordenador da campanha de Britto, deputado Nelson Proença, e o deputado estadual Paulo Odone seriam os mais assíduos nas conversas com os pedetistas.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

Mario Brasil / ZH

Brizola (D) chega ao Estado para decidir futuro do PDT sem Fortunati (E)
Foto:  Mario Brasil  /  ZH


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