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Futuro do PDT divide prefeitos

Os rumos do PDT na campanha ao governo do Estado está dividindo a opinião dos representantes do partido nos municípios gaúchos. Um levantamento feito por Zero Hora mostrou que a maioria dos prefeitos entrevistados prefere um nome próprio em substituição ao de José Fortunati ou decretar apoio ao candidato do PPS, Antônio Britto.

Foram ouvidos 58 dos 79 prefeitos trabalhistas. Nesta segunda, dia 5, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, volta a Capital para reunir-se com a cúpula gaúcha e definir se o partido terá ou não candidato próprio. Do total dos pesquisados, 18 acreditam que a executiva do partido não deva abrir mão da candidatura própria. A justificativa é a de que ficar sem um nome na corrida ao Piratini comprometeria a tradição pedetista em disputas ao Estado. Os nomes de Alceu Collares, Vieira da Cunha e Airton Dipp foram apontados como alternativas.

– Só podemos pensar em apoio em outra sigla no segundo turno – declarou o prefeito de Pareci Novo, Jorge Renato Hoerlle.

Entre os favoráveis à candidatura própria, há opiniões mais radicais, de prefeitos que sequer aceitam a saída de Fortunati. É o caso dos representantes de Arambaré, José Carlos Rassier, Ijuí, Valdir Heck, e Carlos Barbosa, Fernando Xavier, que enviaram à sede estadual do PDT um fax desaprovando a substituição do então candidato por qualquer outro nome. Além dos 15 prefeitos que se apresentaram irredutíveis quanto à presença de um nome pedetista, há três que preferem a candidatura própria mas apontam o apoio a Antônio Britto como segunda opção.

Caso se confirme a retirada do PDT da disputa, esta será a primeira vez em que os trabalhistas não terão candidato ao governo estadual. O deputado federal Airton Dipp voltou a defender a candidatura própria, alegando a necessidade de manter a unidade do partido e um projeto alternativo aos de Tarso e Britto:

– Não ter alguém para carregar a bandeira do PDT é erro drástico.

Contrários à candidatura própria estão 14 prefeitos que acreditam não haver tempo para lançar um novo nome. Para estes, a melhor alternativa ao partido é não concorrer ao governo do Estado e manifestar apoio a Britto.

– Se não conseguimos com Fortunati, dificilmente conseguiremos com o nome de qualquer outro – disse José Nestor Bernardes, prefeito de Capela de Santana.

Com a mesma opinião, o deputado estadual João Luiz Vargas enfatizou que o compromisso a partir de agora deve ser com a candidatura de Ciro Gomes à Presidência, o que só seria possível com o apoio ao PPS.

– Apoiar o Tarso é negar a campanha de Ciro, que está firmando compromisso com o Rio Grande do Sul quando apresenta projetos como o de alavancar a Metade Sul e recuperar a pecuária – disse.

Dos prefeitos ouvidos, nove preferem aguardar as decisões do partido, cinco acreditam que o melhor seja não apresentar candidato e não apoiar ninguém, deixando os filiados livres, dois querem o apoio a Tarso Genro (PT) e dois não quiseram se manifestar.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

LISIANE DIAS
 
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