| 08/08/2002 10h10min
Nada como o anúncio de um investimento de US$ 30 bilhões para reacender uma economia. Depois da confirmação do novo acordo entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi só esperar a abertura de mercado para ver o dólar despencar da casa dos R$ 3. Na primeira hora desta quinta, 8 de agosto, a moeda norte-americana, era cotada a R$ 2,846 na compra e R$ 2,866 na venda, com baixa de 4,94% ante o fechamento de ontem (R$ 3,015). Depois de chegar à máxima de R$ 3,47 no fechamento, a cotação da moeda recuou dos R$ 3 pela primeira vez desde 26 de julho.
O abismo no qual mergulhou o dólar é reflexo da chegada dos recursos do Fundo. Antes dos recursos desembarcarem efetivamente no país, os bancos que vinham guardando posições compradas vão vendendo gradualmente os seus lotes.
Os economistas receberam com supresa a noticia de novo pacote com o FMI. Surpresa positiva. Os valores superaram as expectativas e repercutiram bem no meio internacional, o que reforça o otimismo do mercado brasileiro nesta quinta-feira. Todos sabem que o empréstimo tem caráter emergencial e não resolve os problemas estruturais que levaram o país à necessidade de auxílio externo. Mas o pacote é bem recebido não apenas por dar fôlego ao Brasil, mas também porque demonstra apoio a um país que está em período de transição de governo.
Para o diretor de Pesquisa de Mercados Emergentes do banco de investimentos Goldman Sachs em Nova Iorque, Paulo Leme, os novos investimentos eliminam a possibilidade de uma crise cambial:
– É como se Armínio Fraga e Pedro Malan estivessem dando um passe como os de Rivaldo para o novo presidente. E nem é preciso ser Ronaldo para marcar gol – brinca.
Os títulos da dívida externa brasileira disparam nesta manhã, indicando que o risco-país deverá ter queda bastante expressiva. Às 9h, o C-Bond, principal título da dívida brasileira, tinha alta de 5,69%. O Global 40, bônus global de 40 anos, subia 10,30%.
Com informações da Globo News.
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