| 07/08/2002 11h35min
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, disse nesta quarta-feira, 7 de agosto, estar confiante de que o governo argentino está ciente da necessidade de uma política fiscal austera. A autoridade acrescentou que os Estados Unidos apóiam um avanço mais rápido possível de um acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Falando após uma reunião com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, O'Neill afirmou que irá até mesmo recomendar investimentos na Argentina. Como era esperado, não houve menção sobre ajuda concreta dos Estados Unidos para o país.
– Após minhas conversações com o ministro Lavagna, estou confiante de que o governo da Argentina reconhece a importância de resolver as questões fiscais (e) de estabelecer uma política monetária clara, disse O'Neill.
Manifestantes permaneceram do lado de fora da reunião, carregando cartazes com slogans contra o secretário.
Ontem, em mais uma tentativa de reverter os desentendimentos causados por suas declarações sobre o destino dos empréstimos cedidos aos países da América Latina, O'Neill, afirmou que tem esperanças de que a situação mude na Argentina. Segundo ele, não existem motivos para achar que o país não vai cumprir com o pagamento de sua dívida ao FMI. Ele desembarcou em Buenos Aires sob fortes vaias. Milhares de pessoas participaram de um protesto em frente a Casa Rosada (sede do governo argentino) e uma foto dele chegou a ser queimada pelos manifestantes. No entanto, o autoridade norte-americana não demonostrou abalo e até conversou com a imprensa após uma reunião com o presidente Eduardo Duhalde.
O'Neill chegou a Argentina depois de uma estadia de dois dias no Brasil e uma rápida passagem pelo Uruguai – o país recebeu um empréstimo de US$ 1,5 bilhão do Tesouro norte-americano no início da semana para ajudar o setor bancário. Ainda no Brasil, Paul O'Neill incentivou empresas estrangeiras a investirem no país. O funcionário do governo norte-americano disse ainda que, no Brasil, existe um "fenômeno natural" de adaptação dos trabalhadores. Ele afirmou que, na sociedade brasileira, as pessoas "trabalham muito" e têm facilidade para se "adaptar a novos métodos e idéias".
Com informações da agência Reuters.
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