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FH diz a O'Neill que Alca precisa ampliar mercado para o Brasil

Em meio ao desafio de diminuir os atritos com o governo brasileiro, o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O'Neill, declarou nesta segunda, 5 de agosto, que, com a aprovação do chamado fast track pelo Congresso de seu país, os Estados Unidos contam agora com o instrumento que precisavam para concluir as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O tema consumiu parte da conversa do secretário com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que defendeu a negociação de um acordo equilibrado na Alca, capaz de ampliar os mercados para as exportações brasileiras.        

Ainda nesta segunda, entretanto, o Itamaraty constatou mais um ponto de preocupação no texto do fast track, que pode aumentar as dificuldades para a conclusão da Alca. Desta vez, trata-se de uma cláusula que prevê o monitoramento das variações cambiais nos países que firmarem o acordo. O fast track ou Trade Promotion Authority (TPA) foi o mandato concedido pelo Congresso americano para o Executivo concluir acordos comerciais nos próximos cinco anos. Uma vez fechados, o Congresso dos Estados Unidos poderá aprová-los ou rejeitá-los na íntegra – mas nunca alterar seus termos.

Durante a conversa com FH, O'Neill mencionou o fato de o Brasil e os Estados Unidos co-presidirem as negociações da etapa final da Alca, a partir de novembro. Fernando Henrique deixou claro ao secretário americano que a prioridade do Brasil, pelo menos até o final de seu governo, será o fortalecimento do Mercosul. O presidente, entretanto, ressaltou que o país precisa obter a abertura de mercado para seus produtos e que, nesse contexto, a Alca é um objetivo que não será descartado. O desafio, enfatizou, será alcançar um acordo equilibrado que permita ganhos a todos os envolvidos. Na conversa, FH e O'Neill não chegaram a discutir os termos da TPA aprovado no dia 28 pelo Congresso americano.        

Nesta segunda, entretanto, fontes do Itamaraty confirmaram a manutenção de uma cláusula cambial, que havia causado temores na diplomacia brasileira quando foi incluída nas versões anteriores. Além da Alca, o TPA deverá ser a base para o governo americano negociar também a nova rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 
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