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A fim de aplacar a resistência do eleitorado da região fumicultora gaúcha contra o antitabagista José Serra, o comando de campanha do candidato do PSDB mobilizou uma inveterada fumante: a candidata a vice, Rita Camata (PMDB). Na próxima semana, em dia a ser definido, Rita visitará Santa Cruz do Sul a fim de tentar angariar simpatia e votos.
A batalha antitabagista assumida pelo candidato à Presidência José Serra (PSDB) gera descontentamento em Santa Cruz, no Vale do Rio Pardo, desde os tempos em que comandava o Ministério da Saúde. Na época, o tucano implantou medidas de combate ao tabagismo.
A aversão de parte dos santa-cruzenses ao tucano tem uma razão simples: o tabaco é a principal fonte de renda do município. O setor movimentou R$ 1,9 bilhão durante a safra de 2002 e garante o ganha-pão de cerca de 50 mil pequenos agricultores da região, de acordo com dados do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo).
– A gente não quer saber dele e não vai votar nele. Imagina se esse homem ganha as eleições? O que vai ser de nós? – diz o fumicultor Helo Jacob Becker, 68 anos, dono de uma propriedade de 12 hectares no interior do município.
A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), que congrega 138 mil produtores de tabaco, teme as intenções do candidato. O presidente da entidade, Hainsi Gralow, afirma que tentou marcar quatro audiências com Serra para tratar da importância da cultura do tabaco para a economia brasileira. Apesar da insistência, Gralow não foi recebido pelo tucano.
O maior opositor do candidato do PSDB em Santa Cruz certamente tem sido o prefeito Sérgio Moraes (PTB), que não mede palavras para criticar o tucano.
– Serra é o inimigo número 1 do Rio Grande do Sul. Ele usa o tabaco como bode expiatório para a tragédia da saúde pública, área que comandou por muito tempo – diz.
Rita vai tentar aplacar a resistência contra Serra na região fumicultora gaúcha
Foto:
José Cruz
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Agência Brasil
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