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PF rebate acusação de gampo ilegal

O porta-voz da Polícia Federal (PF) em São Paulo, delegado Gilberto Tadeu, defendeu nesta terça-feira, dia 25, a operação realizada pela instituição e que levou à intercepção telefônica de integrantes do PT.

– Recebemos uma denúncia anônima informando que uma quadrilha de narcotraficantes havia matado o prefeito Celso Daniel. Devido ao clamor e urgência da situação e levando em conta vários pedidos, entre eles, o do próprio PT, o juiz autorizou o pedido para que fosse feita a escuta telefônica – disse.

Tadeu leu uma nota oficial da PF dizendo que a ação foi instaurada no dia 22 de janeiro com o objetivo de apurar a possível motivação política no seqüestro e morte do prefeito. Paralelo a isso e em virtude das denúncias anônimas, a Delegacia de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas desenvolveu medidas de inteligência. Entre outros recursos legais de investigação, segundo ele, foi usado da gravações de conversações por meio de terminais telefônicos.

– Mas tudo conforme a lei e com autorização judicial – ressaltou.

Tadeu não explicou, contudo, porque no primeiro ofício encaminhado ao juiz-corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), Maurício Lemos Porto Alves, que autorizou as escutas, a corporação não informou que se tratava de uma operação para apurar a morte do prefeito de Santo André, mas sim de investigações sobre o narcotráfico.

Ao ser questionado, mais de uma vez, a este respeito, ele disse apenas:

– Deve ter havido um problema na formatação de ofício.

Leia a íntegra da carta divulgada pela PF:

"À respeito das notícias veiculadas a partir de ontem na imprensa, sobre a realização de interceptações telefônicas nas investigações sobre o seqüestro e morte do sr. Celso Daniel, temos a informar o que segue:

Como é do conhecimento de todos, com o sequestro do prefeito de Santo André, sr. Celso Daniel, em 18 de janeiro deste ano, e seu posterior assassinato no dia 20 do mesmo mês, houve um grande clamor popular ante tão hediondo crime. Desde então, a sociedade civil em geral e as entidades políticas, entre elas o Partido dos Trabalhadores, passaram a solicitar a participação da Polícia Federal nas investigações para o esclarecimento do delito, sob a alegação de que haveria motivação política. O PT, inclusive, escolheu e indicou dois delegados da Polícia Federal, um lotado em São Paulo e outro em Brasília (DF), para participarem das apurações, solicitação que foi atendida.

O inquérito policial 1-0005/02, foi instaurado em 22.01.2002, visando a apurar a possível motivação política no sequestro e morte do prefeito Celso Daniel. Paralelamente, em virtude de denúncias anônimas chegadas a esta Superintendência, dando conta da possível participação de organização criminosa ligada ao tráfico de drogas na execução do sequestro de Celso Daniel, a Delegacia de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas, desenvolveu operação de inteligência, que entre outros recursos legais de investigação, utilizou-se da interceptação de conversações através de terminais telefônicos, com a devida autorização judicial. O teor das escutas realizadas, sempre mantidas em sigilo pela Polícia Federal, como determina a lei, foi encaminhado às autoridades judiciárias competentes para conhecê-las, nada sendo omitido.

Em 20/03/2002, o inquérito 1-0005/02, foi relatado e encaminhado à Justiça Federal, com a conclusão de que até aquela data nada fora positivado quanto a presença de motivação política para a prática do crime.

A operação de inteligência da Delepren/ SR/ SP, também foi desativada, após a identificação e prisão de quase todos os integrantes da quadrilha que sequestrou e matou o prefeito, sendo certo que a Polícia Federal foi quem primeiramente localizou e prendeu três desses criminosos o que colaborou, decisivamente, para o desbaratamento do restante do grupo, cujo processo corre pela Justiça Comum Estadual.

Por fim, cumpre esclarecer, que ao proceder uma investigação, a Polícia Federal, inserida dentro de um Estado Democrático de Direito, no exercício de suas atribuições constitucionais, é instituição isenta de posicionamentos políticos, atuando tecnicamente, não incriminando ou isentando, quem quer que seja, em razão de suas posições políticas, ideológicas ou partidárias. São Paulo, 25 de junho de 2002.
Setor de Comunicação Social"

 
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