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O governo argentino anunciou neste domingo, 9 de junho, que alguns bancos poderão antecipar a devolução dos depósitos retidos desde dezembro no corralito (conjunto de regras que limitam movimentação e retiradas). A autorização, informou o secretário da Fazenda, Guillermo Nielsen, estará incluída no decreto presidencial que estabelece o sistema de troca dos depósito por bônus. Os bônus, com cinco a 10 anos de prazo, serão distribuídos em troca de parte dos depósitos.
O governo tenta frear a troca por dólares dos recursos que estão sendo liberados graças a ações judiciais. Desde janeiro, o Banco Central já perdeu US$ 6 bilhões de reservas tentando segurar a cotação do peso. Restariam apenas US$ 10 bilhões.
– Vários bancos nos avisaram que vão chamar seus clientes para antecipar a devolução dos depósitos, como permite a nova lei – disse Nielsen.
Outras instituições, relatou, estão oferecendo aos funcionários um prêmio para convencer os clientes a aceitar os bônus federais. O secretário da Fazenda afirmou que os bancos terão duas opções: devolução total dos depósitos em uma ou várias parcelas – desde que com recursos próprios – ou a compra dos certificados de depósito na Bolsa de Comércio de Buenos Aires.
No sábado, em seu primeiro fim de semana sem atividades oficiais, o presidente Eduardo Duhalde admitiu que seu governo tem dois grandes problemas: obter um rápido acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e encontrar uma solução para o debilitado sistema financeiro. Duhalde voltou a expressar surpresa ante novas exigências para concessão de ajuda financeira.
– O FMI está há meses e meses nos fazendo sofrer – protestou.
Conforme pesquisa publicada neste domingo pelo jornal argentino Página 12, a deputada Elisa Carrió, da Alternativa por uma República de Iguais (ARI) seria a favorita nas eleições presidenciais, que devem ser antecipadas. Carrió disse que uma de suas propostas é a "reconstrução" do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
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