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O presidente argentino Eduardo Duhalde anunciou renunciar na noite desta quarta-feira, 22 de maio, caso o Congresso não aprove nos próximos dias a eliminação da lei de subversão econômica, uma exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que o organismo financeiro libere a ajuda econômica que o país precisa. A ameaça, pronunciada diante de lideranças parlamentares de seu partido, o Justicialista (Peronista), da União Cívica Radical (UCR), a maior sigla da oposição, e da Frepaso, também esteve encaminhada aos governadores das províncias, a maioria dos quais ainda resiste à realização do ajuste fiscal provincial, outra das exigências do Fundo.
Analistas consideram a ameaça como uma manobra de Duhalde para pressionar os parlamentares e governadores. A jornada começou com Duhalde cabisbaixo, depois de uma semana ausente do país. Em Buenos Aires, El Cabezón (O Cabeção), como é popularmente chamado, deparou-se com uma das piores crises políticas de seu governo. O presidente do Banco Central, Mario Blejer, ameaçava renunciar, caso não fossem cumpridas uma série de exigências, entre estas, a concessão de imunidade jurídica aos integrantes do BC, a depuração do sistema financeiro argentino, além da definição de uma solução para o impopular "corralito" (congelamento de depósitos bancários). Depois de horas reunido a sós com Blejer, Duhalde conseguiu convencê-lo a não abandoná-lo. Blejer saiu da Casa Rosada, a sede do governo, sem fazer declarações.
Poucos minutos depois, o porta-voz de Duhalde, Eduardo Amadeo, anunciou que Blejer permanecerá no cargo de presidente do BC. Fontes do governo afirmaram que a permanência de Blejer é "um prazo fixo". Ele permaneceria enquanto durarem as negociações com o FMI. Duhalde teria pedido que o presidente do BC encontrasse um sucessor. O manifestou interesse em manter Blejer em razão de vínculos que ligam o economista ao organismo financeiro. O presidente do BC trabalhou no FMI durante 20 anos, até retornar à Argentina em 2001.
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