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O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a fazer duras críticas ao protecionismo dos países ricos ao discursar nesta sexta-feira, dia 17, na 2ª Cúpula de Madri. Fernando Henrique afirmou que as grandes potências passaram a ter obsessão única pelo tema segurança e alertou para o risco de essa fixação no combate ao terrorismo vir a substituir o que chamou de agenda da esperança, que inclui comércio aberto, nova arquitetura financeira mundial e luta contra a pobreza e a exclusão social e cultural.
Ele afirmou que os países em desenvolvimento deparam com barreiras intransponíveis para os produtos mais competitivos: subsídios agrícolas, sobretaxas industriais, picos e escaladas tarifárias. Essas "barreiras ameaçam anular o potencial igualitário do comércio internacional e transformá-lo em mecanismo de congelamento das desigualdades", afirmou.
FH cobrou da União Européia (UE) uma aproximação com a América Latina-Caribe, para "a configuração da ordem internacional no século 21, que desejamos seja uma ordem plural, policêntrica, sem monopólios do poder ou da riqueza".
FH também fez duras críticas aos Estados Unidos. Ele citou iniciativas unilaterais norte-americanas que ferem a cooperação internacional. Mencionou o Protocolo de Kioto, destinado a conter as emissões de gases que produzem o efeito estufa do qual a administração George W. Bush se recusa a participar. FH suprimiu tais menções, mas, como o discurso já estava distribuído, a praxe diplomático diz que é dado como pronunciado na íntegra, até porque os demais mandatários seguiam o discurso pelo texto escrito, não pelo falado.
Em entrevista coletiva após o discurso, FH observou que cada país tem sua demanda interna e que essa demanda precisa ser conciliada com as negociações globais. Ele citou as negociações de México e Chile com a UE para explicar que "é possível lucrar com a negociação e o diálogo".
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