Durante todo o dia a direção esteve reunida em Brasília, junto com representantes da executiva do PDT, para tratar do assunto. Segundo Martinez, os problemas estão restritos a Rio Grande do Sul e Minas Gerais, onde o PDT não estaria disposto a apoiar a candidatura do senador Arlindo Porto (PTB-MG).

Com a intervenção, a cúpula nacional do partido pretende forçar o PTB gaúcho a apoiar a candidatura do vereador José Fortunati (PDT) ao Piratini. A medida contraria a preferência do PTB gaúcho, favorável à eleição do ex-governador Antônio Britto (PPS).

– Será uma decisão de força, mas dentro da lei. Não há como evitar o enfrentamento diante das últimas notícias de rebelião do PTB gaúcho – informou o líder do PTB na Câmara, deputado Roberto Jefferson (RJ).

Para Jefferson, o PTB gaúcho não estaria entendendo que a aliança PTB-PDT nos Estados faz parte de um projeto nacional que pretende reunir futuramente os dois partidos numa mesma sigla.

A tendência, segundo Jefferson, é o partido indicar inclusive um nome para vice na chapa de Fortunati e realizar a aliança na eleição proporcional, hipóteses não aceitas pelo PTB gaúcho. O vice-presidente estadual do PTB, Carlos Manfrói, considerou que a intervenção seria um "ato extremado". A executiva está mantendo uma posição de cautela em relação ao confronto com a cúpula nacional. Manfrói chegou a afirmar que o partido evitaria o confronto judicial para manter sua autonomia no Estado.

– Se nós entrarmos na Justiça, como poderíamos subir no palanque do Fortunati? Se tivermos de caminhar com ele, vamos caminhar – disse.