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 | 07/05/2002 17h02min

PFL busca nome de convergência para chapa majoritária

Bornhausen quer revitalizar coligação PSDB/PFL/PMDB/PPB

O presidente do PFL, senador catarinense Jorge Bornhausen, acredita que há ainda tempo hábil para a consolidação de uma nova candidatura à Presidência da República que agregue politicamente as principais legendas de centro. O senador, contudo, frisa, em nota divulgada pelo PFL nesta terça-feira, dia 7, que a renúncia do atual pré-candidato José Serra (PSDB-SP) é um ato que depende exclusivamente dele.

A declaração foi dada na noite de segunda-feira em conversa mantida com o presidente Fernando Henrique Cardoso, da qual participaram também outros caciques pefelistas. A intenção de Bornhausen é revitalizar a coligação que garantiu a vitória no último pleito nacional: PSDB, PFL, PMDB e PPB. Os partidos têm até o final de maio para entrar em consenso. Uma pesquisa interna do PFL apontou que 87% dos filiados admitem reavaliar a coligação com o PSDB, caso os tucanos indiquem outro candidato no lugar de Serra. Se isso não acontecer, a tendência é que o PFL não apresente candidatura própria nem faça coligações em torno dos atuais pré-candidatos.

Para Bornhausen, o candidato não deveria sair do núcleo do governo. Segundo o senador, essa situação deixaria o candidato sujeito à exaustão do poder, limitaria a defesa de suas posições e ainda poderia derrubar a popularidade do presidente, caso não decolasse nas pesquisas eleitorais.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo PFL: 

O senador Jorge Bornhausen, na conversa ontem mantida com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em que estavam presentes o senador José Jorge e os deputados José Aníbal e Pimenta da Veiga, relembrou que, desde o ano passado, tem afirmado que, para ganhar a próxima eleição presidencial, deveria ser mantida a coligação PSDB/PFL/PMDB/PPB. E o candidato a ser escolhido teria de demonstrar as melhores condições de vitória. A convergência entre os partidos teria que ser atingida até o final de maio.

O presidente do PFL apresentou e comentou pesquisa interna de seu partido que, diante da extemporânea verticalização imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indica que o melhor, na opinião da maioria da bancada federal, é não ter candidato próprio. Além disso, os parlamentares do PFL não desejam concretizar coligações em torno dos atuais pré-candidatos. Salientou, todavia, que 87% dos entrevistados admitem reexaminar a coligação com o PSDB, se esse partido apresentar outro candidato.

O senador Jorge Bornhausen comentou dados das recentes pesquisas Sensus e GPP, que evidenciam o avanço do candidato do PT, especialmente na pesquisa expontânea, e a queda da candidatura Serra. O presidente do PFL disse que, embora reconheça que renúncia é um ato unilateral de vontade, há tempo hábil e suficiente para a consolidação de uma nova candidatura agregadora politicamente. Ele disse entender que seu partido, na condição de independente, não deve praticar qualquer ação para agravar a atual situação política do País. E mais: que estará aberto para examinar o quadro sucessório sempre que o Presidente da República assim o desejar.

Hoje, 6 de maio, antes de viajar para Madrid, onde participará da reunião da IDC - Internacional Democrata de Centro - que será presidida pelo presidente do governo espanhol José Maria Aznar - o senador Jorge Bornhausen reafirmou ter sempre alertado que o candidato não deveria sair do núcleo do governo, pois ficaria sujeito à conhecida exaustão do poder. Além disso, estaria limitado para defender suas posições dada a sua vinculação ao governo. E mais: caso não subisse nas pesquisas, o candidato, para piorar as coisas, poderia derrubar a popularidade do presidente, fator essencial à vitória. Reconheceu que a candidatura Serra está nas mãos de Serra mas que, na vida pública, a renúncia pode revelar o espírito público de seu autor.

 Por fim, comentou que um bom candidato tem de estar mais para Chirac do que para Jospin, numa referência aos dois candidatos que disputaram a recente eleição na França. Como se sabe, Jospin caiu no primeiro turno. Segundo Bornhausen, para ganhar, o candidato tem de agregar politicamente e se comunicar com facilidade diretamente com o eleitorado.

 
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