| 23/04/2002 14h32min
O Senado argentino começa hoje a votação do novo pacote econômico. Entre as medidas que deverão ser adotadas está a conversão dos depósitos bancários congelados em títulos públicos resgatáveis em até 10 anos. A intenção do governo é conter a saída de recursos dos bancos ocasionadas por decisões judiciais que estariam autorizando saques, apesar do "corralito" ainda vigorar.
A segurança em frente ao Congresso foi reforçada para evitar incidentes. O presidente Eduardo Duhalde ameaça renunciar, caso as medidas não sejam aprovadas. Hoje, o Banco Central argentino anunciou que vai repor dinheiro em cerca de 400 caixas eletrônicos do país. A Argentina está com feriado bancário decretado desde segunda-feira por tempo indeterminado.
Na última sexta-feira, o dólar fechou cotado a 3,15 pesos para venda – alta de 8% em relação ao fechamento de quinta-feira.
Analistas do mercado financeiro consideram o plano um mal necessário. Segundo Arturo Porzecanksy, economista-chefe de mercados emergentes do ABN Amro Bank em Nova York, alguns bancos argentinos "vão se tornar menores, outros farão fusões, ou serão vendidos e fechados, porque as pessoas preferem ter dinheiro na bolsa, num cofre ou fora do país".
O governo argentino tenta obter pelo menos US$ 9 bilhões do FMI. O Fundo impôs exigências como a diminuição de gastos públicos nas províncias. O desemprego, segundo dados oficiais, atinge 18,3% da população economicamente ativa no país. Estima-se que 14 milhões do total de 37 milhões são considerados pobres. O país está em recessão há 46 meses.
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