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Impasse no Estado ameaça Frente Trabalhista no país

Brizola orientou os líderes do partido a "desmobilizar" a frente e avisou que não participaria da pré-convenção

As chances de acordo nacional entre PPS, PDT e PTB para formação da Frente Trabalhista praticamente acabaram na noite desta quarta-feira, dia 17, com o impasse na escolha do candidato ao Palácio Piratini. Perto das 22h, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, orientou os líderes do partido a "desmobilizar" a frente e avisou que não participaria da pré-convenção dos três partidos, marcada para esta quinta-feira, dia 18.

No mesmo horário, os deputados do PPS gaúcho já não tinham esperança de acordo com o PDT e o PTB em torno da candidatura de Ciro Gomes (PPS) à Presidência. Reunidos num hotel de Brasília, os deputados aguardavam apenas a confirmação do cancelamento da pré-convenção e já discutiam alternativas para concorrer sem aliança.

– Não podemos sacrificar um projeto no Rio Grande do Sul por causa da teimosia do doutor Brizola, disse o deputado Cézar Busatto (PPS), referindo-se à exigência do presidente do PDT de apoio a José Fortunati como candidato ao Palácio Piratini.

À tarde, depois de receber uma comitiva do PTB gaúcho que formalizou a rejeição do partido de Sérgio Zambiasi e do PPS ao nome de Fortunati, Brizola chegou a levantar a hipótese de o deputado federal Alceu Collares ser o candidato a governador. O PPS e o PDT reagiram mal à sugestão.

Por meio do PTB, o PPS propôs uma alternativa a Brizola: indicar o senador José Fogaça como candidato ao Piratini. Brizola alegou que não conhecia bem o pensamento político de Fogaça e que o senador não tinha ligações mais profundas com o trabalhismo. Mesmo assim, recebeu o senador em sua suíte no Hotel Nahoum, para uma conversa que em nada contribuiu para solucionar o impasse.

Depois do encontro com Fogaça, Brizola conversou por telefone com Ciro e, pessoalmente, com o presidente do PTB, José Carlos Martinez, e com o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Brizola não escondia sua irritação com o fato de os comandos nacionais do PTB e do PPS terem sido desautorizados pelas direções gaúchas. O ex-governador ficou incomodado por ter sido informado do veto a Fortunati por um grupo de "desconhecidos", como classificou a comitiva integrada pelo vice-presidente do PTB, Cláudio Manfroi, pelo deputado Iradir Pietroski e pela ex-vereadora Sônia Santos, entre outros.

Segundo o presidente interino do PDT estadual, Pedro Ruas, a negociação teria sido articulada na noite de terça-feira, dia 16, e confirmada em encontros realizados entre as executivas nacionais dos partidos, durane todo o dia. Fortunati, que viajou a Brasília no final da tarde desta quarta para se encontrar com Brizola, disse que tinha a garantia do presidente nacional do partido de que sua candidatura seria reafirmada às executivas do PTB e do PPS.

Mario Brasil / ZH

Brizola (D) não aceita abrir mão de Fortunati na corrida ao Piratini
Foto:  Mario Brasil  /  ZH


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