O presidente deposto da Venezuela, Hugo Chávez, voltou ao poder 48 horas depois de sua queda. Ele foi recebido no Palácio Miraflores por uma multidão que gritava seu nome. Chávez estava preso na ilha de La Orchila. O presidente provisório, Pedro Carmona, não resistiu à pressão dos milhares de simpatizantes de Chávez que tomaram as ruas de Caracas, nem à do próprio exército, que exigiu a reconstituição da Assembléia Nacional. Os parlamentares acabaram por destitui-lo, nomeando como interino Diosdado Cabello, vice de Chávez. Carmona e integrantes de seu gabinete foram detidos pelos militares.

No seu pronunciamento à nação, Chávez disse que estava seguro de que voltaria ao governo. Ele agradeceu ao povo e aos setores das Forças Armadas que respeitaram a Constituição. Ele afirmou ainda que a força do povo mostrou-se mais uma vez. Chávez ressaltou que os fatos demonstraram a capacidade de reação da população.

O presidente da Venezuela disse ainda ter aceito a renúncia de toda a direção da estatal petrolífera, precursora do levante que o depôs. Ele pediu o apoio da Igreja, empresários, partidos políticos e dirigentes sindicais para seguir seu governo. Chávez admitiu que precisa retificar muitos erros na sua administração.

Nesse sábado, dia 13, o vice-presidente venezuelano do governo chavista, Diosdado Cabello, assumiu a presidência até o regresso do mandatário de Chávez. A reação popular e a de militares que não aceitaram a deposição de Chávez isolaram o empresário e presidente interino, Pedro Carmona. Ele foi deposto e preso.