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 | 29/03/2002 22h41min

Comunidade internacional condena ofensiva de Israel

A ampla ofensiva do exército israelense contra o quartel-general do líder palestino Yasser Arafat, em Ramallah, na Cisjordânia, nesta sexta-feira, dia 29, levou multidões de manifestantes às ruas para protestar contra a escalada da violência no Oriente Médio.

Líderes de várias nações também pediram o fim das hostilidades e, diante da gravidade da situação, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a convocar uma reunião de emergência, em Nova York, para discutir o assunto a portas fechadas.

Os manifestantes saíram às ruas na Jordânia, no Líbano, no Egito e na Itália. Num campo de refugiados perto de Amã, capital da Jordânia, os manifestantes foram dispersados pela polícia. Centenas de manifestantes se concentraram no centro de Roma, ocupando parte da Praça Veneza e bloqueando durante algumas horas a circulação de veículos. A multidão, em sua maioria membros das comunidades palestina e curda, marchou até o palácio do governo italiano ao som de gritos contra o premier israelense, Ariel Sharon: "Saron, carrasco, Palestina livre!". De um modo geral, todos os líderes mundiais que se manifestaram ontem pediram moderação a Israel, para evitar o agravamento do conflito.

– A destruição da Autoridade Nacional Palestina liderada por Arafat não trará a paz ao Oriente Médio, mas conduzirá a região ainda mais à guerra – alertou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em um comunicado difundido em Nova York.

O governo do Líbano, país onde a Liga Árabe realizou sua última reunião, na quarta e quinta-feiras, entende que Israel cometeu uma "agressão bárbara" e pediu a intervenção dos Estados Unidos e das Nações Unidas. De acordo com a agência de notícias iemenita Saba, Arafat teria telefonado para presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e pedido que ele fizesse esforços junto aos EUA e à comunidade internacional para intervir e acabar com os "massacres que Israel está cometendo".

O governo do Egito defendeu uma intervenção internacional "urgente frente à agressão israelense" contra o líder palestino. O governo chinês pediu que os dois lados ajam com moderação e apelou à comunidade internacional para que tome medidas de emergência para levar os dois lados de volta à mesa de negociação. Em Paris, o ministro das Relações Exteriores da França, Hubert Védrine, mandou um recado a Israel:

– Jogar os tanques e tentar "asfixiar" Arafat não resolve o conflito.

 
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