| 29/03/2002 11h01min
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) disse que a vida de Yasser Arafat está ameaçada. O líder palestino está em seu quartel-general em Ramallah, na Cisjordânia. De Jericó, o principal negociador palestino, Saeb Erakat, disse que o complexo está sob um “forte ataque de tanques”. Um integrante da ANP, que está no local, afirmou que um escritório habitualmente usado por Arafat foi atingido e que os palestinos respondem ao ataque de Israel. Segundo Nabil Abu Rudeina, um conselheiro de Arafat, apesar do ataque, o líder palestino está salvo. Cinco pessoas teriam morrido.
O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon garantiu que a operação militar em Ramallah vai durar semanas. A cidade está sob toque de recolher. Arafat assumiu estar pronto para ser um mártir da causa palestina. A polícia de Israel entrou na Esplanada das Mesquitas, local sagrado dos muçulmanos, depois que palestinos jogaram pedras em fiéis judeus reunidos no Muro das Lamentações. Um agente israelense ficou ferido na ação.Os ataques são a resposta israelense a um atentado suicida que matou 20 pessoas em Netanya na última quarta-feira, dia 27. Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, declarou Arafat como um inimigo e disse que seu país iria acabar com o terrorismo palestino. Após a reocupação de Ramallah, ocorrida durante a madrugada, e o cerco ao complexo de Arafat, grupos armados palestinos prometeram intensificar a resistência. Treze facções, reunidas em Gaza, lançaram um apelo para que todos os grupos se unam contra a “agressão israelense” e em defesa do povo palestino.
Hoje, um atentado deixou pelo menos um morto e 17 feridos – seis em estado grave – em um supermercado na zona oeste de Jerusalém. As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ligadas ao Fatah, assumiram a autoria do ataque. A polícia de Israel fala em pelo menos 22 mortos. A autora seria uma mulher palestina que explodiu uma bomba quando muitos israelenses faziam compras para a Páscoa. Outros incidentes deixaram pelo menos sete mortos. Em Nablus, na Cisjordânia, cinco israelenses morrream depois que um palestino abriu fogo. O atirador foi morto pelo exército. Em outro atentado, dois israelenses morreram numa colônia da Faixa de Gaza. O atirador palestino conseguiu fugir.
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