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O exército israelense lançou nesta terça-feira, dia 12, a maior operação militar nos territórios ocupados em 35 anos, matando pelo menos 30 palestinos. Às vésperas da chegada de uma missão de paz dos Estados Unidos ao Oriente Médio, 150 tanques invadiram campos de refugiados palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Cerca de 20 mil soldados mantinham até a noite a cidade de Ramallah, onde ficam os escritórios do líder palestino Yasser Arafat, sitiada.
A operação, que enfureceu os palestinos, não foi considerada suficiente para pelo menos dois ministros ultranacionalistas do gabinete do premier Ariel Sharon. Benjamin Elon (Turismo) e Avigdor Lieberman (Infra-estrutura Nacional), renunciaram aos seus cargos nesta terça. O partido linha-dura União Nacional também abandonou o governo. A coalizão de Sharon, porém, ainda controla uma sólida maioria no parlamento – 75 das 120 cadeiras.
Enquanto isso, do lado palestino, o clima era de fúria. O ministro palestino
da Informação, Abed
Rabbo, descreveu a ofensiva israelense como uma "reocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza".
– O envio de Zinni (Anthony Zinni, enviado da Casa Branca ao Oriente Médio que deve chegar nesta quarta à região) foi apenas uma manobra, porque acreditamos que os EUA estavam informados da grande ofensiva e das intenções de Sharon – sustentou.
Em Ramallah, a crueldade foi exibida na praça. Clamando por vingança, palestinos furiosos penduraram o cadáver de um suposto colaborador de Israel. O jovem, com rosto e o peito cobertos de sangue, foi amarrado de cabeça para baixo em um poste de metal.
Marwan Barghuti, um dos chefes da Fatah na Cisjordânia, disse que "Sharon tem que saber que prepara um inferno e que o povo de Israel pagará o preço de seus atos". Enquanto isso, por meio de alto-falantes, soldados israelenses ordenavam aos homens entre 16 e 40 anos que deixassem suas casas e se apresentassem às forças do país. Cinco palestinos
foram mortos na cidade e pelo menos 10
ficaram feridos.
Num campo de refugiados perto de Ramallah, lideranças palestinas pediram ao povo para que resista às tropas de ocupação israelenses que tomaram a cidade. O conflito desta terça se estendeu até a fronteira com o Líbano. Sete israelenses morreram e outros seis ficaram feridos quando três homens armados dispararam de uma colina contra um caminhão, um ônibus e vários veículos na região. Forças de segurança responderam imediatamente, atacando os homens nas colinas próximas ao kibutz Metsuba, uma fazenda comunitária no norte de Israel, matando dois dos agressores.
Em sua mais dura crítica a Israel até hoje, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu que o país parasse com "os bombardeios a áreas civis, com os assassinatos, com o uso desnecessário de força letal, com as demolições e com a humilhação diária de palestinos."
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