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Com a violência atingindo seus piores níveis em 17 meses de conflito, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse neste domingo, dia 10, que está disposto a negociar uma trégua com os palestinos. Sharon, no entanto, acrescentou que não irá deter a atual ofensiva contra os militantes.
A desistência de Sharon de exigir sete dias de "calma total" antes de negociar com os palestinos provocou um racha no seu governo. O principal partido da extrema-direita israelense anunciou que sete deputados, entre eles dois ministros, deixarão a coalizão nesta segunda. Segundo o deputado Eliezer Cohen, a saída insurge-se contra a "política derrotista" de Sharon.
Neste domingo, helicópteros israelenses bombardearam um grande complexo de escritórios do presidente da Autoridade Palestina, Yaser Arafat, na cidade de Gaza, em represália a um ataque suicida, no sábado, com dinamites, que matou 11 pessoas em um café de Jerusalém. A violência prosseguiu, deixando mais mortos (três palestinos e um israelense) em conflitos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Os ataques do exército israelense foram denunciados pela organização Médicos Sem Fronteiras como "sem precedentes e alarmantes". Equipes sanitárias que trabalham nos territórios palestinos de Gaza e na Cisjordânia estão sofrendo, segundo o MSF, "evidências de violação do direito internacional, que protege em conflitos o pessoal médico e os feridos". Os bombardeios e as invasões de tanques nos campos de refugiados nos arredores de Gaza e na Cisjordânia, nas localidades de Hebron, Jenin, Nablus, Ramala, Tulkarem e Belém, dificultam a tarefa humanitária. Equipes médicas, segundo a nota, também foram atacadas, ambulâncias foram destruídas e impossibilitadas de chegar até os feridos.
No comunicado, os Médicos Sem Fronteiras fazem um apelo às autoridades israelenses para que tomem as medidas necessárias para proteger o pessoal médico e permitir socorrer os feridos.
Nos últimos 10 dias, os conflitos entre israelenses e palestinos deixaram 177 mortos (125 palestinos e 52 israelenses), desde a invasão do exército israelense a dois campos de refugiados palestinos no norte da Cisjordânia.
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