| 12/03/2002 22h23min
A candidatura à Presidência da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, não é mais uma unanimidade dentro do PFL. Líderes do partido já discutem informalmente o chamado plano B.
Há duas hipóteses. A primeira é convencer o PSDB a substituir José Serra por outro candidato que seja do agrado da sigla, como os governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Tasso Jereissati (Ceará) ou o presidente da Câmara, Aécio Neves. A segunda é uma eventual aliança com Ciro Gomes, do PPS. Alas mais próximas do Planalto admitem até mesmo apoiar Serra.
Nesta terça-feira, dia 12 de março, em reunião realizada em Brasília para discutir a posição do partido na prorrogação da CPMF, os parlamentares da sigla não escondiam o constrangimento com as suspeitas do envolvimento de Roseana com as fraudes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O mais grave, na avaliação dos pefelistas, foi a demora em apresentar uma explicação convincente para o dinheiro – R$ 1,3 milhão em notas de R$ 50 – encontradas num cofre da empresa Lunus, de propriedade de Roseana e do marido, Jorge Murad, durante uma ação da Polícia Federal, realizada no dia 1º. Ao tomar conhecimento da explicação de Murad de que o dinheiro seria utilizado na campanha eleitoral – a quinta versão apresentada –, o ex-ministro da Previdência, deputado Roberto Brant (MG) afirmou que não era esse o esclarecimento que ele esperava.
A tendência do partido é não abandonar Roseana nesse momento. Isso só ocorreria se Roseana despencasse muito nas pesquisas. Uma consulta realizada pelo próprio PFL apresentou uma queda de 5% nas intenções de voto e um crescimento dos nomes de Serra e Ciro. Se a governadora continuar nesse patamar – cerca de 18% das intenções – até maio, ainda é possível mantê-la na disputa.
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, que esteve nesta terça com Roseana, em São Luís (MA), negou que tenha pedido a ela que desistisse.
KLÉCIO SANTOS© 2009 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.