| 03/03/2002 22h36min
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PFL), entrega nesta segunda-feira, dia 4, o cargo ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Essa é a primeira conseqüência política da apreensão de documentos pela Polícia Federal (PF) no escritório de Jorge Murad, marido de Roseana Sarney, governadora do Maranhão e candidata presidencial do PFL.
A ação policial, realizada na sexta-feira, deixou o PFL em pé de guerra contra o governo. Na tarde desta segunda, líderes da sigla reúnem-se em Belo Horizonte para decidir o destino dos outros três ministros do partido: Roberto Brant (Previdência), José Jorge (Minas e Energia) e Carlos Melles (Esporte e Turismo). Para um senador do partido, a ação da PF teria sido supostamente orquestrada para favorecer da candidatura de José Serra (PSDB) e enfraquecer Roseana, mas não ficará sem resposta. Para o dirigente, esse é o primeiro sinal de que concorrência está disposta a bater.
No sábado, Roseana chegou a gravar um pronunciamento a respeito dos fatos da sexta-feira, mas desaprovou o resultado final e preferiu não deixar a manifestação ir ao ar. Na noite deste domingo, os caciques do PFL já se dirigiam para Uberaba (MG), onde se encontram hoje pela manhã na Expozebu. À tarde, em Belo Horizonte, eles começam a definir se rompem definitivamente com o governo ou não. Na opinião de quem acompanha o processo, esse é momento em que cresce a liderança de Roseana no partido. A governadora, ainda na terça-feira pela manhã, chega em Brasília, onde passará a semana resolvendo pessoalmente esses embates.
Sarney Filho é irmão de Roseana e não hesitou em tomar a iniciativa. O ministro da Previdência, Roberto Brant, estará nesta segunda em Uberaba, e afirma que está pronto para seguir a decisão do partido, até mesmo entregando o cargo, se for o caso. Também o ministro de Minas e Energia, José Jorge, revelou que aguarda decisão da executiva nacional do partido, com encontro previsto para quinta-feira em Brasília. Jorge lembra que assumiu o cargo indicado pelo PFL e que, se terminar o acordo com o governo FH, terá de sair. O senador pefelista Geraldo Althoff (SC), porém, prefere a cautela. Mesmo Althoff reconhece que a situação é desconfortável para o partido e que a ação da última sexta-feira merece reparos.
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