| 27/02/2002 07h58min
Pressionado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), por banqueiros e empresários, além de protestos populares, o governo do presidente Eduardo Duhalde tenta desesperadamente conseguir sinais de respaldo popular. Por este motivo, um grupo de assessores presidenciais planeja a realização de um plebiscito para legitimar o mandato de Duhalde. Mas o próprio governo está dividido sobre a idéia do plebiscito.
O secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández, considera que a consulta popular poderia criar mais incertezas.
– Sinto-me em uma situação de turbulência muito grande – afirmou Duhalde, ao negar a possibilidade de golpe de Estado ou antecipação de eleições.
A idéia do plebiscito está sendo elaborada pelo secretário particular de Duhalde, José Pampuro. Duhalde, eleito às pressas pelo Congresso Nacional, tomou posse em janeiro deste ano para substituir o presidente Adolfo Rodríguez Saá, que por sua vez entrou no lugar do ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001), que havia renunciado no dia 20 de dezembro.
As eleições estão marcadas para setembro do ano que vem. O governo argentino e províncias não chegaram a um acordo fiscal ontem. O pacto proposto é de repartir os impostos arrecadados – 60% para a União e 40% para as províncias. Os governadores rejeitaram e insistem na pesificação das dívidas em um a um.
O governo sugere a proporção um a 1,40. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O’Neill, insistiu ontem que a Argentina precisa resolver primeiro seus problemas fiscais para depois buscar empréstimo externo. Ontem, uma nova onda de protestos voltou a tomar conta de Buenos Aires e do interior da província.
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