A Educação Precisa de Respostas | 05/04/2014 14h03min
Em Joinville, 2.059 alunos da educação básica nas redes municipal e estadual abandonaram a escola no ano passado. A maior parte da evasão (1,9 mil alunos) foi registrada na rede estadual.
Pedro Américo Teixeira, 16 anos, tinha tudo para fazer parte desse cenário há dois anos quando os pais se separaram. Hoje, aluno do segundo ano da Escola de Ensino Médio Nagib Zattar, no bairro Jardim Paraíso, zona norte de Joinville, ele concilia o trabalho de vendedor em um shopping da cidade com os estudos.
– Com a separação, a situação ficou ruim e eu precisei trabalhar para ajudar a minha mãe a sustentar a casa – conta o jovem, que sonha cursar engenharia mecânica.
Pedro vai à escola de manhã e trabalha das 13h40min às 22h. Para compensar a pesada rotina, procura prestar bastante atenção nas aulas. A diretora da escola, Dalva Aparecida Moser, acompanha de perto, já que o principal motivo de abandono no colégio é a necessidade de trabalhar.
– Se eu perceber algum abuso por parte de empregadores, falo com as famílias e, se for preciso, com os próprios empregadores – conta.
Segundo Dalva, alguns contratantes propõem que os alunos trabalhem por mais tempo, oferecendo maiores ganhos, o que muitas vezes implica na saída da escola.
Em Blumenau, o operador de máquina de beneficiamento têxtil Tadeu Amaral, 22 anos, voltou à escola após ter abandonado a 6a série. Nos últimos três anos, no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), conseguiu chegar ao ensino médio. Tadeu deixou de participar da estatística que aponta o abandono escolar por parte de 1,2% dos estudantes nos anos finais do ensino fundamental em Blumenau.
– Preciso estudar para crescer mais e ganhar oportunidades na empresa. Pretendo fazer um curso de técnico têxtil, de desenvolvimento de cor, pigmento, ou até uma faculdade – projeta.
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