A substituição da empresa encarregada de construir novos prédios no campus Chapecó da Universidade da Fronteira Sul (UFFS) atrasou os planos da instituição em começar 2014 com uma estrutura definitiva. Com a retomada das obras dos laboratórios, e o avanço na edificação do restaurante universitário e das salas dos professores, a universidade começa a conquistar a posição de polo acadêmico do Oeste catarinense.

Fundada há quatro anos, a segunda universidade federal de SC ingressou no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) no último semestre. Com a aprovação pelo MEC, a instituição seleciona 490 candidatos para estudar gratuitamente somente em Chapecó no primeiro semestre de 2014. As inscrições para o SiSU estão abertas entre 6 e 10 de janeiro.

Para o semestre que vem, o campus de Chapecó oferece 12 cursos de graduação, incluindo a nova licenciatura em Matemática, com 40 cadeiras. Como todas as graduações da UFFS têm algumas disciplinas em comum – incluindo Matemática e Estatística –, a instituição deve contratar mais professores da área até 2015.

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Atualmente, vários serviços do campus estão funcionando em locais provisórios. Os laboratórios, por exemplo, permanecem em um prédio alugado no Centro da cidade, onde todas as disciplinas eram cursadas até setembro de 2013. A administração e a pós-graduação estão espalhadas em seis edifícios pelo município. Já os 30 mil livros do acervo da UFFS estão abrigados dentro dos blocos de salas de aula enquanto aguardam o término da biblioteca, programado para julho de 2014.

— O curso é uma demanda prevista desde a implantação do campus em Chapecó. Os professores que dão as disciplinas comuns a todos as graduações devem tocar o curso no primeiro ano, quando já teremos contratado uma equipe maior – explica Juliano Paccos Caram, diretor do campus Chapecó da UFFS.

Chapecó deve ter curso de Medicina em 2015

Parte do projeto de consolidação da UFFS em Chapecó é a implantação de um curso de Medicina, já previsto pelo Plano de Expansão do Ensino Médico do Ministério da Educação (MEC). A graduação começaria com 60 estudantes em 2015, com a possibilidade de aumentar 20 vagas em 2017.

A autorização do curso depende do cumprimento de requisitos como número de leitos na cidade igual ou maior que cinco por aluno, existência de hospital com mais de 100 leitos exclusivos para o curso, existência de vínculo com hospital de ensino e pelo menos três Programas de Residência Médica em especialidades prioritárias (clínica médica, cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria e medicina de família e comunidade).

 
Restaurante universitário da UFFS em Chapecó está praticamente pronto. Foto: Luciano Alves/Divulgação.


Segundo o diretor do campus Chapecó, Juliano Paccos Caram, as exigências do MEC têm feito diferentes setores da região trabalhar em conjunto para garantir o curso. Como explica, estão sendo promovidas reuniões mensais com associações civis de Chapecó e das cidades próximas, da Reitoria da UFFS, da área da Saúde e dos governos municipal e estadual.

— Todas as cidades da região estão se mobilizando para agilizar um curso público de Medicina na UFFS, algo tão sonhado pela própria comunidade. Quando paramos para pensar que, pela primeira vez, Chapecó terá 3 mil alunos estudando gratuitamente e mais de 200 professores lecionando numa instituição federal, percebemos a importância da UFFS para a região do Oeste. Uma universidade desse porte deve transformar, e muito, a realidade da população.

Adesão ao SiSU não altera cotas na UFFS

Em dezembro, a UFFS aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para ingresso em todos os cursos de graduação a partir de 2014. A instituição já usava as notas do Enem para selecionar os estudantes sem vestibular, mas fazia um processo seletivo próprio. Segundo a instituição, apenas a pontuação do último Enem será aceita no próximo processo seletivo. Serão duas seleções anuais para cursos do primeiro e do segundo semestre.

O período para inscrição no Sisu foi divulgado essa semana pelo MEC: entre 6 e 10 de janeiro. Mesmo com a adesão, a UFFS continua exigindo que o candidato não zere nenhuma disciplina na prova e nem tire menos do que 300 na redação.

Para o reitor Jaime Giolo, a adesão ao Sisu não implica em muitas mudanças no processo seletivo da UFFS. A Cartilha de Políticas de Ingresso na Graduação prevê uma reserva de vagas que reflita a realidade da região, fazendo com que 85% das 490 vagas oferecidas em Chapecó no próximo semestre sejam destinadas ao Programa de Reserva.

— A alteração na oferta de vagas é decorrente do novo censo escolar, que alterou o panorama no Sul. Em SC, perto de 85% dos estudantes cursaram o ensino médio em instituições públicas, por isso a mesma porcentagem será reservada a essas pessoas — explica Giolo.


• Confira a tabela com a distribuição das cotas na UFFS:
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Cotas na UFFS em 2014/1 são distribuídas a partir de censos oficiais, dados do IBGE e censos escolares. Crédito da arte: Reprodução/UFFS