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 | 26/10/2013 19h15min

Repórter Enem: debutando no exame nacional

Na minha estreia na realização das provas, sobraram conhecimentos gerais, mas faltaram fórmulas de física

Débora Ely  |  debora.ely@zerohora.com.br

Se hoje o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) faz parte do processo seletivo de faculdades e universidades federais, em 2008 — ano do meu primeiro e único vestibular —, não era bem assim. A prova servia como uma espécie de diagnóstico da qualidade do Ensino Médio no país e, sem estímulo do cursinho e nem mesmo do colégio, pulei esta etapa.

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Foi por isso que, neste sábado, estreei em dois frontes: na cobertura do Enem e, também, na realização da prova. E como eu, muitos outros estudantes que também tentavam se esconder da chuva pelo campus da Faculdade Porto-Alegrense (Fapa) prestavam o exame pela primeira vez. A grande maioria jovens, dos 17 aos 20 e poucos anos, imagino eu. Mas no caminho do prédio sete, onde precisava procurar pela sala 098522, me deparei com alguém que fisgou minha atenção.

Era Flávia Cruz, que, aos 64 anos, luta para encerrar o Ensino Médio. Conversei com ela por alguns minutos, caminhando, enquanto o homem que a acompanhava empurrava a cadeira de rodas da veterana estudante até o local onde ela faria a prova. Mesmo faltando mais de meia hora para o fechamento dos portões, ela estava com pressa e temia se atrasar, mas sobrou tempo para me contar que não pode estudar quando criança pois não era aceita nas escolas e que considerava a prova de matemática a mais difícil. E completou:

— Em português eu vou bem porque leio muito.

Flávia não se queixou da acessibilidade do prédio, já que não teve problemas para chegar na sala descrita no seu cartão de inscrição, mas reclamou da distância do local da prova — aliás, um protesto recorrente entre os candidatos. Moradora do bairro Teresópolis, precisou percorrer mais de 15 quilômetros para chegar no destino final.

A prova

Para alguém que não recorda nem da Fórmula de Bhaskara e muito menos das Leis de Newton, as primeiras 45 questões foram tranquilas. No bloco de ciências humanas, teve música do Arnaldo Antunes, questão sobre direitos homossexuais e reforma agrária. Teve espaço até para o Rei Leão — em um enunciado que abordava a visão do continente africano apresentada em filmes holydianos. Ou seja: teve muita interpretação, pouca decoreba e uma tanto de conhecimentos gerais. E, como já é sabido por quem acompanha o exame, muitas das respostas encontravam-se no próprio enunciado. Ganhou pontos quem leu com atenção, se concentrou a ativou o olhar de lince.

Bom, mas ao chegar na questão 46... a coisa mudou de figura. De ciências da natureza, pouca coisa restou na minha memória. Retículo endoplasmático, instalações elétricas e camadas de eletrólito não são, literalmente, a minha praia. Com medo de dar vexame, temo agora pela correção dos professores do Universitário que estão debruçados sobre a minha prova de cor amarela. Aliás, clique aqui para conferir o gabarito extraoficial do Enem 2013.

Confira o que você pode fazer para relaxar para a prova do Enem:



ZERO HORA
Débora Ely / Agência RBS

Um dos desafios dos estudantes que prestaram o Enem neste sábado foi fugir da chuva forte
Foto:  Débora Ely  /  Agência RBS


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