A educação infantil faz parte da educação básica desde 1996 com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) — um entendimento de que é uma etapa importante para o aprendizado da pessoa. Mesmo assim, a ideia equivocada de que creche e pré-escolas são depósitos de crianças ainda permanece para muitos responsáveis.

A coordenadora pedagógica da Escola Dinâmica que atende 350 alunos na educação infantil em Florianópolis Karine Rodrigues Ramos acredita que esse equívoco faz com que pais adiem o começo da vida escolar dos filhos. Por isso, ela é favorável à lei que determina matrícula a partir dos quatro anos, que ainda força o poder público a garantir vagas:

— Com ela vai haver um amparo legal para que a criança tenha direito à educação infantil. Porque ainda existe essa ideia errada ou até mesmo um preconceito de achar que só coloca filho em creche quem precisa trabalhar — ressalta

Educação infantil vem mudando e se adaptando ao novo perfil das famílias

Ela explica que a educação infantil mudou e se adaptou ao novo perfil de família. Creches e pré-escolas não são apenas espaços de escolarização. Elas também são importantes para a socialização do aluno.

Como Karine observa, muitas crianças são filhas únicas, sem primos ou amigos por perto, sem espaço para brincar, e por isso acabam passando muito tempo em casa na frente de uma televisão ou com um aparelho eletrônico. A coordenadora diz que em alguns casos quando chegam à escola elas parecem miniadultos, que preferem não se sujar e nem brincar, com atitudes egoístas.

— No colégio elas vão ter amigos, vão se socializar, vão aprender a respeitar a vez delas de falar e fazer atividades.

Além do espaço para brincadeiras, o currículo da creche e da pré-escola precisa seguir o referencial previsto na LDB, que envolve matemática, linguagens e movimentos. A partir dos quatro anos, por exemplo, é trabalhada a coordenação nas mãos e nos dedos — a chamada motricidade fina, usada para segurar o lápis.