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A Educação Precisa de Respostas  | 07/05/2013 08h38min

Vistorias e fechamentos de turmas na rede pública começam nesta terça-feira em Joinville

Somente na região, serão 18 turmas fechadas

Atualizada às 09h02min Caroline Stinghen  |  caroline.stinghen@an.com.br

A chamada reenturmação no ensino público está causando indignação e revolta de pais, alunos e professores em Joinville . No ano passado, a regional Norte do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-SC) denunciou ao Ministério Público o fechamento de três turmas nas escolas Presidente Médici, Maestro Francisco Manuel da Silva e Arnaldo Moreira Douat. Neste ano, o número é seis vezes maior. Somente em Joinville, serão 18 turmas fechadas. O número é bem menor do que o apresentado na semana passada pela Gered, que era de 40.

MURAL: Você acha que reenturmação pode prejudicar a aprendizagem?

— As escolas apresentaram as justificativas, que foram encaminhadas para a Secretaria de Educação aprovar. Comprovamos que o tamanho da sala não era ideal nestes locais —, observou a gerente regional de Educação, Dalila Leal. No total, 19 escolas serão atingidas nos oito municípios da regional.

De acordo com a lei complementar de número 170, de 1998, para cada aluno é estipulado o tamanho de 1,3 m² dentro da sala de aula. O máximo permitido para as turmas de ensino médio é de 40 alunos.

— Foi uma conquista nossa, depois de sensibilizar os professores a apresentarem as justificativas de que as salas de aula não tinham estrutura para abrigar 40 estudantes. Mas ainda sabemos que há escolas que não conferiram o tamanho. Alguns diretores acataram o pedido e não fizeram uma avaliação —, frisou a coordenadora regional do Sinte, Clarice Erhardt.

O Sinte e professores já entraram com uma ação civil pública no Ministério Público. O promotor da Vara de Infância e Juventude, Sérgio Joesting, já pediu à Vigilância Sanitária para avaliar as salas de aula. A fiscal sanitarista Lia de Abreu confirmou que a situação das escolas Marli Maria de Souza, no Paranaguamirim, e na Juracy Maria Brosig, no mesmo bairro, terão prioridade.

Para o Sinte, o problema ainda será o corte de horas-aula, o medo da dispensa dos educadores contratados e a desvalorização do professor, que terá de lidar com turmas “superlotadas”.

Nenhum professor será dispensado, garante gerente regional de Educação

Segundo a gerente de Educação, nenhum ACT será dispensado na regional de Joinville. Dalila garante que os professores vão perder poucas horas-aula e muitos vão assumir novas turmas. Ela disse, ainda, que a readequação de turmas não irá prejudicar o aprendizado.

— Estamos tomando todo o cuidado. A minoria das salas de ensino médio que foram reenturmadas chegou ao número máximo de 40 alunos. Boa parte conta com uma média de 35 estudantes.

Mas para a especialista em educação e chefe do departamento de pedagogia da Univille, Sonia Regina Pereira, não é bem assim.

— Com certeza, vai interferir no ensino. Quanto melhor a atenção individualizada ao aluno, mais fácil é o aprendizado. Em turmas menores, os alunos têm mais autonomia. Com a reenturmação, a adaptação que já havia sido construída no início do ano fica prejudicada. Além de que carteiras encostadas uma nas outras e o espaço menor para cada aluno pode atrapalhar. Se até em casa precisamos de espaço para cada um, na escola não é diferente —, avaliou a pedagoga.

A psicóloga, pedagoga e orientadora educacional Tahiana Brittes, de Florianópolis, também acredita que 40 alunos é um número excessivo. Na opinião dela, não chega a ser tão negativo, a ponto de uma reclamação. Para ela, toda mudança é ruim no começo. Mas depois os alunos se adaptam.

Mudança pode afetar desempenho

por Stefany Rebello Aguiar, presidente do Grêmio Estudandil da Escola Conselheiro Mafra

O governo do Estado resolveu extinguir turmas e reenturmar alunos, deixando as salas mais lotadas do que já estão. Isso irá acarretar a diminuição da carga horária dos professores, fazendo com que muitos estudantes de diversas escolas façam protestos por não aceitarem as condições impostas.

Na Escola Conselheiro Mafra, o fechamento de turmas ainda não aconteceu, mas está previsto para ocorrer. Como presidente do grêmio, recebo reclamações de alunos que têm as melhores notas da escola e têm medo de que a mudança irá afetar o desempenho. Estes mesmos estudantes já sofrem por nossa escola estar interditada pela oitava vez e por termos falta de estrutura adequada.

A NOTÍCIA
Leo Munhoz / Agencia RBS

O máximo permitido para as turmas de ensino médio é de 40 alunos
Foto:  Leo Munhoz  /  Agencia RBS


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