Educação Básica | 23/04/2013 19h53min
A solução encontrada para não juntar duas turmas na mesma sala na escola estadual Margarida Pardelhas, em Cruz Alta, no Noroeste, foi deixar parte dos alunos — cerca de 130 — sem aulas.
Foi o que decidiram nesta terça-feira, em reunião, direção do colégio, 9ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e pais. A proposta, decidida em conjunto, é alugar cinco salas em uma faculdade particular para retomar as aulas no máximo até sexta-feira.
Com a decisão, os estudantes de três turmas do 4º ano e de duas do 5º ano do Ensino Fundamental vão ficar sem aula até que o aluguel das salas, negociado junto à Faccentro, seja concretizado. O critério para escolher as turmas foi baseado na idade dos alunos — uma vez que os mais velhos poderiam se adaptar melhor a mudança para as futuras salas alugadas, optou-se que ficassem em casa à espera de solução.
Apesar de não haver garantia, essa foi a única alternativa proposta — e aceita — pelos pais. O custo estimado do aluguel, por mês, é de R$ 850 por sala. A CRE explica que a medida é emergencial e deve ser mantida até que seja feita o auditório e a biblioteca da escola sejam transformados, temporariamente, em sete salas de aula.
— Como é um contrato com recurso público, há certa burocracia, mas vamos contatar a Secretaria Estadual de Educação para agilizar esse processo — prometeu o coordenador regional de educação, Venício Guterres Guareschi.
Preocupados com a situação, os pais lotaram o auditório da escola e cobraram providências, inconformados ao verem os filhos reunidos em turmas com 50 alunos. A reunião, aliás, foi feita a pedido dos próprios pais, feito na segunda-feira, quando as aulas foram retomadas após interdição parcial do colégio.
— Se der certo o aluguel, nosso problema vai estar resolvido, por enquanto. Mas e depois, se demolirem o prédio que está interditado? Acredito que não vai ter condições de haver aulas na escola — destacou a presidente do Círculo de Pais e Mestres do colégio, Neusa Martins.
Diante do ambiente tumultuado e aos problemas de infraestrutura, a escola cancelou as aulas nesta terça-feira, até para que a direção e os professores também pudessem participar da reunião.
— Agrupar as turmas foi uma solução de emergência, mas que se mostrou inviável. Portanto, considero que alugar essas salas de aula seja a melhor saída no momento — observa a vice-diretora da escola, Sandra Caino.
Enquanto os 130 alunos das turmas embaralhadas ficarão em casa, os outros cerca de 1 mil alunos do colégio retomam as aulas nesta quarta-feira — só que não deve haver aulas no turno da manhã devido à adesão de professores à paralisação do magistério. Cerca de 450 alunos dos 700 que estavam sem aulas até a última segunda-feira estão temporariamente alocados em salas cedidas pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz). O restante ficou em outro prédio da escola, que não foi interditado.
O colégio Margarida Pardelhas está com dificuldades estruturais porque o prédio principal, construído por volta de 1930 e que abrigava 700 dos 1,1 mil alunos, além da estrutura administrativa, foi interditado pela 9ª Coordenadoria Regional de Obras por ter fissuras, infiltrações e até uma porta energizada.
Os pais lotaram o auditório da escola e cobraram providências, inconformados ao verem os filhos reunidos em turmas com 50 alunos
Foto:
Henrique Siqueira
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