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 | 05/02/2013 21h06min

Perdas das empresas de ônibus chegam a R$ 14,1 milhões no Estado

Algumas companhias pensam em pedir reajuste quando acabarem as ondas de violência

Atualizada às 22h55min Gisele Krama  |  gisele.krama@diario.com.br

As empresas do transporte coletivo de Florianópolis começaram nesta terça-feira a pressão para que a conta dos ônibus destruídos nos ataques de novembro e dos últimos dias seja repassada para o preço da tarifa. O argumento é de que o prejuízo com a destruição de veículos já chegou a R$ 14,4 milhões nas duas ondas de atentados e que os ônibus não têm seguro.

Em Balneário Camboriú e Joinville as empresas já informaram que incluirão os prejuízos na planilha que serve como base de cálculo da tarifa. O total de ônibus queimados em Santa Catarina desde novembro chegou a 47. No ano passado, os 27 veículos totalmente queimados estavam avaliados em R$ 8,1 milhões — os 20 de agora custaram em média R$ 300 mil, totalizando R$ 6,5 milhões.

 Imagens do ônibus queimado na Caieira no Saco dos Limões



O Sindicato de Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Florianópolis (Setuf) espera garantir o reajuste para as cinco empresas imediatamente sob a alegação de que prejuízo já ocorreu, cerca de R$ 2,4 milhões, e de que será preciso recompor a frota. O pedido é para que a passagem passe para R$ 3. Haveria ainda as perdas com a menor de circulação de passageiros por causa da insegurança e das restrições de horário.

O prefeito Cesar Souza Júnior adiantou que não pretende dar o aumento este ano.

— É um prejuízo considerável, mas as empresas têm que arcar com os riscos da atividade econômica que desenvolvem. Eu acho que é algo sem lógica discutir composição tarifária no meio de uma crise como esta —, destaca.

Segundo as empresas, os ônibus não têm seguro por causa do custo - cerca de R$ 18 mil por ônibus - e pela falta de cobertura para danos causados por vandalismo.

Em outras cidades

 Em Balneário Camboriú, a defesa da empresa Expressul é de que houve queda de 25% na circulação de passageiros e gerará prejuízos. O administrador Celso Zuchi não quis adiantar o quanto essa queda impactará em valor. Porém, adiantou o prejuízo será repassado ao usuário no pedido de reajuste em dezembro.

— É notório que houve queda. O impacto vai aparecer na planilha de custos —, comenta.
Se for aprovada, a tarifa, que hoje custa R$ 2,8, passará para R$ 4

As empresas Gidion, Transtusa e Verdes Mares, na região de Joinville, informaram que o custo será repassado ao usuário na próxima planilha de cálculo de tarifa, ainda sem data para ser revista.

Entrevista com Waldir Gomes da Silva, Presidente do Setuf

DC - O que fazer para reduzir o prejuízo?
Silva -
Não tem medida para reduzir as perdas. O nosso produto, o banco, se não vendemos, continuamos a rodar, a oferecer o serviço, mas não recebemos. É diferente de uma produção. Se não vendeu, perdeu.

DC - Vocês não têm seguro para os ônibus. E as pessoas como ficam?
Silva -
Tivemos só um caso de pessoas feridas. Seguro para acidentes pessoais, as empresas têm. Para o usuário em si, não há risco. Não é necessário se preocupar.

DC - Quando o sindicato vai pedir reajuste?
Silva -
Assim que passarem os tumultos. O prefeito ainda está tomando consciência do que é a prefeitura. Antes de começarmos a conversar, começou o terrorismo na cidade. Depois de superar a crise, vamos rever.

DC - O que acontecerá se a prefeitura de Florianópolis não der o reajuste?
Silva -
As empresas poderão reduzir o serviço. Não posso dizer nomes, mas tem empresa com dificuldade até para pagar o combustível.

Clique no mapa e veja onde foram as ações criminosas:


Visualizar Atentados em SC - 2013 em um mapa maior


Foram registrados ocorrências em 18 municípios de SC
13 — Joinville 
10 — Florianópolis 
6 — Itajaí 
4 — Camboriú
3 — Criciúma 
3 — Chapecó
2 — São Francisco do Sul
2 — Gaspar
2 — Jaraguá do Sul 
2 — Palhoça
1 — Laguna
1 — Araquari
1 — Balneário Camboriú
1 — Maracajá
1 — Navegantes
1 — São José
1 — Tubarão
1 — Ilhota



Quinta noite de ataques

Tubarão, no Sul de SC, entrou no mapa dos ataques na noite desta segunda-feira, dia 4. Um homem teria jogado combustível ao lado de um micro-ônibus, que estava estacionado em frente a casa, e ateado fogo no veículo. O incêndio foi controlado pelo dono da casa.

Em Criciúma, uma pessoa ficou levemente feriada após ser atingida por um pedra, jogada contra um ônibus. A ocorrência foi na noite da segunda-feira. A PM ainda não confirma que o caso tenha relação com os atentados no Estado.

A sede da Polícia Militar, no Centro de São Francisco do Sul, foi alvo de um ataque na madrugada deste domingo. De acordo com uma testemunha, duas motos em alta velocidade passaram pela rua Aldo Possamai, nos fundos da base policial, e teriam arremessado um objeto para dentro da garagem onde ficam as viaturas. Duas viaturas foram danificadas. Ninguém se feriu.

Em Joinville, uma base da Polícia Militar foi atingida por disparos por volta da 0h30min deste domingo. De acordo com a PM, criminosos atiraram quatro vezes em direção ao prédio, mas os disparos não atingiram a estrutura.

 

Também em Joinville, um ônibus da empresa Gideon, que circulava com escolta da PM, teve um dos vidros quebrados com um estilingue. O ataque aconteceu por volta das 2h20min deste domingo.

Ainda em Joinville um suspeito foi morto e outro foi detido durante a madrugada de domingo pela Polícia Militar.

Em Araquari, no Norte de Santa Catarina, perto da 1h10min deste domingo, uma sala da subprefeitura, onde funciona também uma base da PM, foi incendiada. De acordo com a PM, quatro homens em duas motos atearam fogo no local.

Em Chapecó, no Oeste, a Polícia Militar registrou dois incêndios criminosos. 


Quarta noite de ataques

Em Criciúma, três coquetéis molotov foram lançados contra a casa de uma policial civil perto das 21h40min da noite deste sábado. Os populares conseguiram conter as chamas.

Também no Sul de SC, às 22h10min, duas carretas foram queimadas completamente no posto Simon, localizado na BR-101, no acesso a Maracajá.

O primeiro atentado em São Francisco foi registrado por volta das 22 horas do sábado, dia 2. Um ônibus do transporte coletivo foi incendiado no bairro Paulas.

No início da noite de sábado, um ônibus coletivo da empresa Critur, de Criciúma, foi alvo de um ataque no bairro Renascer. O veículo foi incendiado, mas não houve vítimas. Segundo a PM, um suspeito foi detido.

Às 6h15, um ônibus foi incendiado em Joinville por quatro homens, todos armados e um encapuzado. Não houve vítimas.

Pouco antes das 3h deste sábado, bandidos passaram atirando pelo prédio da prefeitura de Itajaí. Foram efetuados pelo menos cinco disparos, que atingiram os vidros do prédio.

À 1h50min, aproximadamente, bandidos incendiaram um ônibus parado em Pomerode, na localidade de Alto da Serra. Segundo o motorista, Ivan Borchardt, o fogo quase se espalhou para casas próximas, mas foi combatido com quatro extintores de ajuda de moradores.

Nesse mesmo horário, só que em Joinville, houve uma tentativa de fogo a caminhão. O dono do veículo com a ajuda de populares conseguiu apagar o incêndio. Os suspeitos não foram vistos, apenas testemunhas ouviram barulho de motos deslocando do local.

Por volta de 01h de sábado, um carro que havia sido furtado foi incendiado em uma rua do bairro Monte Alegre, em Camboriú, e ficou completamente destruído. O veículo era do pedreiro Rubens Cardozo, 54 anos, que mal tinha registrado o furto na delegacia quando soube do fim do carro.

Terceira noite de ataques

Os dois ataques mais recentes daquela noite foram em Joinville, por volta de 23h de sexta-feira. As duas ações dos criminosos a ônibus foram no bairro Espinheiros, próximo ao Caic, e na rua Senador Rodrigo Logo, próximo à rua Uruguaiana.

No 20º ataque registrado, dois homens, em uma moto, teriam usado gasolina para incendiar os pneus do ônibus, e logo as chamas tomaram conta do veículo. Os bombeiros estiveram no local para conter as chamas. Segundo a PM, ninguém se feriu. Praticamente ao mesmo tempo, os bombeiros informaram que havia outra ocorrência, a de número 19 em SC. Até as 0h30min deste sábado, não havia informações sobre possíveis vítimas.

Com uma diferença de poucos minutos, o 18º atentado em SC foi registrado em Ciriciúma, quando um ônibus fretado foi incendiado com o uso de coquetel molotov. Na sexta-feira, o ataque foi por volta de 22h30min, entre o bairro Progresso e a Vila União. O ônibus da empresa Forquilhinha, que levava trabalhadores de uma empresa da região, foi completamente destruído depois que um coquetel Molotov foi jogado no interior do veículo.

A 17º ocorrência no Estado também foi em Joinville e aconteceu cerca de uma hora antes e resultou em um veículo da empresa Gidion queimado, também com o uso de coquetel molotov, quando o motorista passava na rua Vicente Leporace, no bairro Fátima.

A madrugada dos ataques, na sexta-feira, incluiu um ataque contra a base da Polícia Militar, em Canasvieiras,  por volta das 5h, que foi incendiada. De acordo com testemunhas, quatro rapazes teriam praticado o crime.

O posto da PM na Praia Brava também foi alvo de atentados. Não havia policiais na hora do ataque. A suspeita da polícia é de que tenha ocorrido na madrugada, já que o posto estava fechado na noite desta quinta-feira e na manhã desta sexta-feira.


Segunda noite de ataques

No Norte da Ilha de SC, bandidos esvaziaram um ônibus da empresa Canasvieiras, por volta de 23h45min de quinta-feira, antes de atear fogo no veículo, O motorista e o cobrador foram agredidos pelos criminosos e tiveram ferimentos no corpo. O caso foi na Rodovia João Gualberto Soares, na localidade do Canto do Lamim. O rapaz de 19 anos foi levado para o Hospital Celso Ramos em estado grave.


Veículo da Canasvieiras ficou
completamente destruído pelas chamas
Jessé Giotti/Agência RBS


Outro atentado na mesma região da cidade aconteceu na estrada Dário Manoel Cardoso, na praia dos Ingleses — onde um rapaz sofreu queimaduras de segundo grau.


Nos Ingleses, um homem ficou
queimado após o incêndio do ônibus
Foto: Cristiano Estrela/Agência RBS


Passava das 23h30min de quinta-feira quando dois ônibus foram atacados em Palhoça. Um deles era da APAE de Balneário Camboriú que aguardava adesivagem e teve os pneus queimados. O outro, um veículo de turismo, foi queimado próximo a garagem da empresa Jotur.

Na segunda noite de ataques, a delegacia de Camboriú foi atacada e o local isolado depois que uma granada caseira, feita com cano de PVC, foi arremessada contra o prédio. O objeto, que não chegou a explodir, foi encontrado em frente ao muro da delegacia. O fato ocorreu por volta das 23h30min de quinta.

Era por volta de 22h30min de quinta-feira quando o incêndio criminoso de um ônibus no bairro João Paulo colocou Florianópolis no cenário da retomada dos atentados terroristas em Santa Catarina. Dois rapazes fugiram em uma moto. Suspeitos de terem participado do crime foram detidos ainda durante a madrugada pela PM. Um deles tinha 23 anos e o outro era um menor, de 17 anos.


Veículo que seguia para o Centro
foi esvaziado antes de ser incendiado
Foto: Cristiano Estrela/Agência RBS


Por volta de 1h30min de quinta-feira, em Itajaí, uma viatura da Coordenadoria de Trânsito da prefeitura foi incendiado. O veículo estava no pátio da Secretaria Municipal de Segurança, na Rua Blumenau, quando alguém passou de carro e jogou um coquetel molotov.

 
Viatura da Codetran, de Itajaí
também foi consumida pelo fogo
Foto: Marcos Porto/Agência RBS


A primeira noite de ataques neste ano

Em Gaspar, um ônibus da empresa Rodovel foi incendiado no Bairro Bela Vista por volta de 23h de quarta-feira. Vinte minutos depois, no Bairro Figueira, outro veículo foi alvo dos criminosos.

Em Itajaí, um bar e mercearia localizado no Bairro Cordeiros, em Itajaí, também pode ter sido alvo. De acordo com testemunhas, garotos de bicicleta passaram pelo local por volta de 23h de quarta-feira, jogaram garrafas pet com gasolina e depois atearam fogo.

Os ataques, semelhantes aos de novembro de 2012, começaram por volta de 22h de quarta-feira, em Balneário Camboriú, com um ônibus da empresa Expressul como alvo, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Dois homens armados renderam o motorista, na Rua Dom Henrique, e atearam fogo ao veículo. Os bandidos usavam máscaras do filme Pânico. Um suspeito foi baleado, mas fugiu. O outro foi preso.



Uma das barreiras foi montada
na Avenida Mauro Ramos
Foto: Cristiano Estrela/Agência RBS


Antes do início dos ataques, barreiras foram montadas em quatro pontos da Capital, na madrugada de sexta-feira. Os PMs realizaram, quatro barreiras na cidade, na ponte Pedro Ivo Campos, na Prainha, no bairro Agronômica e na Avenida Mauro Ramos.

DIÁRIO CATARINENSE

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