Educação Básica | 25/10/2012 20h47min
A psicóloga Lilia Kanan, que em sua tese de doutorado pesquisou a relação entre professores e o lugar onde trabalham, acredita que nada justifica a atitude da professora que discutiu e xingou uma aluna em uma escola de São José, na Grande Florianópolis. Para a especialista, é possível encontrar uma série de razões que podem ter feito ela chegar a esse ponto.
— Numa relação adulto e professor, o professor é o adulto. Mas se analisarmos o contexto dos professores, esse descontrole dela já deveria ser previsível por quem coordena a escola — diz.
Para Lilia, quando situações são difíceis, complicadas e vêm se acumulando ao logo do tempo, pode-se chegar a um momento de sair do controle. Na pesquisa que fez, em 2008, ela chegou à conclusão de que professor é a profissão mais vulnerável ao estresse, seguidos de enfermeiros e jornalistas.
— Tem sido perversa essa situação dos professores em sala de aula, perversa no sentido de que cada vez mais eles têm menos material para dar conta da demanda. Não há suporte — observa.
Ela ainda diz que famílias depositam nos professores a tarefa de dar limite aos filhos, o que não deveria acontecer. Ela defende que princípios e valores são aprendidos em casa. A psicóloga acrescenta que não existe mais disciplina na escola, como levantar a mão para falar, pedir licença para se retirar ou tratar de maneira respeitosa os professores.
— O filho grita com o pai em casa, ele se acha no direito de chegar na escola e gritar com o professor. Estamos vivendo a ditadura da falta de limite dos alunos.
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