Em Blumenau, motoristas devem estar atentos ao passar pelas ruas: postes de energia elétrica colocados bem no caminho dos veículos exigem atenção redobrada. A Rua Gustavo Frank, no Bairro Salto do Norte, tem uma situação dessas.

Parece piada, mas não é. Pavimentada há quase um ano, até hoje ninguém da Celesc apareceu para reposicioná-los. São seis postes em local inadequado, afastados de poucos centímetros a até dois metros do meio-fio. Com isso, motoristas têm de redobrar a atenção porque, em alguns pontos, dois carros não podem circular lado a lado na via. Um deles tem de esperar o outro passar para então poder seguir caminho.

A situação é cômica, mas não única. Há casos parecidos nas ruas Três Barras, no Bairro da Velha, e na Guilherme Scharf, no Fidélis.
Morador na Rua Gustavo Frank, Nivaldo Garcia conta que transitar de carro ali tornou-se perigoso. Antes, era preciso desviar do buracos que apareciam a cada chuva. Hoje, os obstáculos são os postes que impedem que dois carros se encontrem na rua.

Até agora não foram registrados acidentes, mas a preocupação é grande. Unidos, vizinhos pintaram faixas amarelas nas estruturas para chamar a atenção de quem não conhece a rua. 

- Até para entrar na minha casa de carro é ruim. Se parar o carro na frente do portão para abri-lo e entrar, outro carro não consegue passar por causa do poste que está no meio da rua, no lugar errado. O mais engraçado é que nos foi dado prazo de 90 dias para fazer calçada. Se não fosse feita, ganharíamos multa. Mas ninguém falou nada sobre os postes - conta Luiz Amorim, outro morador na rua.

Na Rua Guilherme Scharf, um poste bem perto de um ponto de ônibus também ficou longe da calçada depois da pavimentação da rua, ano passado. A solução encontrada para alertar condutores foi envolvê-lo em fita amarela e preta.

No Bairro da Velha, a cena se repete. A placa brilhante colocada na margem da via, traz a data de inauguração da pavimentação com lajotas: 30 de março de 2010. A obra foi entregue à população mesmo com três postes afastados até cinquenta centímetros do meio-fio. A justificativa era que profissionais da Celesc viriam mais tarde fazer o serviço. Até hoje, nada.

-  Já teve acidente aqui por causa do poste. Foi coisa pequena. O pior é que os motoristas não podem usar a rua toda porque têm que ficar desviando do poste e acabam sobrecarregando um lado da rua. É o cúmulo - reclama Alisa Piske.

Troca de postes pode levar mais de quatro meses

De acordo com o secretário de Obras de Blumenau, Alexandre Brollo, quando é preciso fazer a recolocação de um poste por causa de pavimentação a prefeitura faz um pedido, antes de começar as obras. Brollo diz, porém, que algumas vezes se entrega a papelada para a Celesc - responsável pelo serviço - , mas os documentos somem na estatal.  

- Quando eles não acham a documentação, temos que refazer o pedido, o que atrasa tudo. Foi o que houve nessas ruas. Estamos pressionando para que o trabalho seja feito logo. A situação que mais nos preocupa é a da Rua Guilherme Scharf porque o poste está em local perigoso e a rua é movimentada - diz.

Chefe da Divisão Técnica da Celesc, Cláudio Varella explica que a partir do momento em que se faz o pedido de troca, a Celesc tem 45 dias para fazer um projeto e mais 90 dias para executar o serviço. Afirma que todos os pedidos são protocolados, mas admite que às vezes podem haver perdas:

- Pode ocorrer, sim, aí tem que se fazer um novo pedido e os prazos voltam a ser contatos. O que precisa ficar claro é que não fizemos o trabalho porque não queremos - afirma.

O custo para reposicionar um poste varia de R$ 1 mil a R$ 7 mil. Até o ano passado, 60% do valor era custeado pela prefeitura e 40% pela Celesc. Desde o início do ano, a prefeitura arca sozinha com a despesa.