| 06/05/2011 21h10min
Quem caminha pela Ponte Hercílio Deeke tem medo. Quando os veículos passam, mesmo os pequenos, a estrutura treme. Moisés Montagnoli, que mora na Margem Esquerda, conta que a situação se arrasta há anos. Segundo ele, os políticos prometem reformas na ponte, mas nada ocorre. Sem a estrutura, a cidade seria definitivamente dividida.
- Deveríamos ter duas cidades, Gaspar Direito e Gaspar Esquerdo - diz Montagnoli.
Única ligação entre duas margens do Rio Itajaí-Açu, a Ponte Hercílio Deeke foi inaugurada em 1960. Por ela, por determinação judicial, só podem passar veículos de até cinco toneladas. Por conta desta limitação, a cidade começa a se dividir e o comércio já sente os impactos em ambos os lados. Estabelecimentos de materiais de construção, terraplanagem, supermercados, madeireiras, entre outros, viram a distância para fazer entregas aumentar de quatro para 80 quilômetros, contando os trajetos de ida e volta.
Localizada na BR-470, a Madeireira Werner sofre com o comércio dividido. Maike Juliana Werner, proprietária da empresa, conta que uma das ações tomada por ela e por outros empresários afetados é a de esperar alguns dias até que uma carga seja completada para começar a entrega dos produtos na outra margem da cidade. Na madeireira de Maike, a intenção é de futuramente comprar uma caminhonete menor que possa trafegar pela ponte, ultrapassando uma barreira que muitas vezes é invisível.
- Mesmo assim teremos dificuldades, pois muitas vezes a carga é pesada e sobrepõe a determinação. Por isso, precisamos ir até Blumenau para depois voltar à cidade no lado direito_ lamenta a proprietária.
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Gaspar (Acig), Rogério Alves de Andrade, lamenta que a cidade esteja dividida:
- O que não dá para ocorrer é nos acomodarmos com isso e achar que é o correto termos de investir em novos veículos somente para passar pela ponte. Temos é que pressionar por melhorias.
Conforme o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Lourival Vali, os associados da entidade também estão preocupados devido à divisão. O empresário destaca que "nos horários de pico, a ponte recebe muito mais que cinco toneladas com a presença de filas de veículos nos dois sentidos".
A secretária de Planejamento e Desenvolvimento de Gaspar, Patrícia Scheidt, admite que há uma divisão. Segundo ela, há uma preocupação por parte dos empresários, que já procuraram a secretaria, pois precisam aumentar o percurso e tem maiores custos para absorver esta demanda.
Confira a reportagem completa na edição impressa do Santa deste final de semana.
Vista aérea mostra a única ligação entre os dois lados da cidade
Foto:
Patrick Rodrigues
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