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 | 28/12/2005 23h

Guga encerra fase de treinos na academia de Larri

Tenista concedeu entrevista exclusiva ao Diário Catarinense

O tenista Gustavo Kuerten encerra nesta sexta, dia 30, o seu período de preparação na academia do ex-técnico Larri Passos, em Camboriú (SC). Ao lado do atual treinador, o argentino Hernan Gumy e do preparador físico Juan Pablo Sangali, o tricampeão de Roland Garros e ex-número um do mundo, quis sentir novamente a atmosfera da academia de Larri.

Guga reconheceu que o local o faz se “sentir bastante capaz” e que "é um lugar especial para treinar”, em entrevista ao Diário Catarinense.

Parceiros vitoriosos ao longo de 15 anos, ambos mostraram que mágoas e ressentimentos não existem apesar do rompimento da parceria em março deste ano. Atualmente, os dois vivem momentos profissionais distintos.

Guga está desde maio trabalhando com Gumy e os bons resultados ainda não apareceram. O catarinense acabou eliminado na primeira rodada de boa parte dos torneios que disputou, como nos Masters Series de Monte Carlo e Roma, Roland Garros, Stuttgart, Umag e Sopot. Em sua última partida, foi derrotado por 6/2 e 6/0 pelo peruano Luís Horna (84º do mundo), em um torneio-exibição em Buenos Aires, na Argentina.

Larri, por sua vez, se dedica ao treinamento de jovens jogadores, como o catarinense Bruno Rosa, e aos alunos do projeto Criança Feliz no Tênis, Feliz na Escola, do Instituto Larri Passos. Mas felicidade mesmo para o treinador é ver o seu eterno pupilo disposto a voltar a conviver com os melhores do mundo na modalidade.

– A vida é um círculo. Se ele se fecha é por que algo de bom está por acontecer – disse o místico Larri, acrescentando que Guga sempre encontrará as portas abertas em sua academia.

Guga passeou pela academia como nos velhos tempos e, entre um treino e outro, concedeu uma entrevista ao Diário Catarinense, na qual falou sobre suas ambições para o ano que vem, a preparação física e a sua reaproximação com Larri Passos:

DC: Como está a sua preparação para a próxima temporada? O primeiro torneio vai ser mesmo em Viña del Mar (Chile)?
Guga: É. Tenho bastante tempo ainda para treinar – o torneio começa em 30 de janeiro (veja no final a agente de Guga) – e acho que a minha parte física já está boa para ficar mais tempo na quadra e trabalhar em mais intensidade também. Acho que isso vai me ajudar muito a desenvolver a parte técnica, e começar a pegar mais resistência na intensidade que eu estou jogando agora, mais potência nos meus golpes. Serão pelo menos mais quatro semanas de treinamento para trabalhar tudo isso. É uma margem boa para chegar em Viña del Mar na melhor forma.

DC: Esta semana você veio treinar em Camboriú. E a partir da semana que vem? Continua aqui ou tem outra programação?
Guga: Vou treinar aqui até o dia 30. A intenção é aproveitar ao máximo a academia (Larri Passos) que é um lugar fantástico para treinar. Me sinto bem pra caramba aqui e acho que essa energia vai ser importante também. Então, nestas quatro semanas que eu estiver por aí, no que eu puder aproveitar para treinar aqui ou lá em Floripa nesta mesma intensidade vai ser legal. Acho que o importante é dar seqüência ao trabalho e ficar mais perto do limite, onde a gente começa a se superar bastante.

DC: Como foi a decisão de voltar a trabalhar na academia do Larri? Foi uma iniciativa sua mesmo ou alguém lhe aconselhou?
Guga: Aqui é um lugar que sempre me sinto muito bem. Achei que era o momento que eu precisava buscar essa energia, essa superação. Aqui é um lugar que me acostumei a fazer sempre isso. Eu me sinto bastante capaz quando estou por aqui, é um lugar especial para treinar. O Larri é um cara que tem uma energia muito forte, um cara que passa muita empolgação no treino, e eu acho que tudo isso ajuda, além do que o Larri me conhece muito e vai poder me ajudar em algumas coisas. E conhece muito do tênis também e o que eu puder aproveitar nesta semana e, de repente, em outros dias, vai ser legal. É um ânimo maior, uma motivação a mais e é sempre gratificante relembrar os momentos bons, as coisas boas para voltar a vivenciar isso no dia-a-dia. É isso que a gente está tentando fazer. Trouxe o meu treinador (Hernan Gumy), o preparador físico (Juan Pablo Sangalli) para eles terem esse contato, verem as coisas que eu fazia e como era o meu cotidiano.

DC: E o que eles acharam da estrutura, do ambiente?
Guga: Todo mundo que vem aqui fica abismado e com eles não foi diferente. A academia está localizada num lugar privilegiado. Em se tratando tênis, oferece tudo o que um jogador precisa para estar num alto nível profissional, possui toda a infra-estrutura necessária. Aqui não se perde tempo. E acho que foi uma surpresa para eles encontrar uma estrutura tão bem feita e num lugar onde não se espera muito. Tem quadras de saibro, quadras duras, piscina, sala de musculação, é um lugar realmente ideal. Nenhum jogador profissional precisa mais do que isso para dar desenvolver um bom trabalho.    

DC: Muito se fala da sua reaproximação do Larri Passos. O que na verdade está acontecendo? Você nunca deixou de ser amigo dele? Sempre manteve uma boa relação?
Guga:
Sempre deixei muito claro que a gente estava junto, apesar de não estar mais treinando e não ter mais uma convivência diária. Temos muito respeito e carinho um pelo outro. Acho que agora a gente está mais próximo que em relação há dois anos e, pra mim, estar do lado do Larri sempre ajuda. Ele é importante pra mim. Foi um cara que sempre me deixou muito seguro, me deu bastante energia. Vou tentar aproveitar essas coisas aqui. O meu trabalho com o Hernan (Gumy) vai continuar igual como antes. Não é que eu estou voltando a treinar com o Larri, mas estou sendo um privilegiado por poder passar uma semana na academia dele, em contato direto. O Larri tem um grande conhecimento, me treinou por muito tempo e sabe fazer um jogador profissional ou deixar um cara num nível muito alto.

DC: Você acha que pode trabalhar com o Larri e o Gumy futuramente, alternando uma hora com um, outra hora com outro, ou isso não passa pela sua cabeça?
Guga: No momento vou continuar da mesma forma, treinando com o Hernan (Gumy). Acho que, por enquanto, está super legal o trabalho que a gente vem fazendo. Estar aqui é como um extra, um bônus. Não vejo por que de fazer uma mudança no momento que estou vivendo agora. Tudo o que eu puder acrescentar é melhor. Se eu puder vir aqui na academia em outra semana também para ficar treinando, com certeza vai ser legal e acrescentar muito na minha preparação. Vou continuar trabalhando e sabendo que o Larri é um cara que sempre vou poder contar com ele, porque ele é um cara que realmente gosta muito de mim, que tem um carinho especial por mim e sei que na hora que eu precisar ele vai estar do meu lado para me ajudar no que for preciso.

DC: Guga, você estabeleceu como meta figurar entre os 50 melhores do mundo em 2006. Em quanto tempo você acha que pode alcançar este objetivo?
Guga: Acho que até o final do ano (Guga é o atual 291º do ranking mundial).

DC: De alguma forma você perdeu a confiança?
Guga: A confiança é uma coisa de rotina. Quando tu não está mais convivendo com ela, tu acaba perdendo um pouco e deixando de vivenciar o que é o mais importante para se tornar uma coisa natural. Acho que a única forma de readquirir a confiança é conquistando vitórias nos campeonatos.

DC: E perder sets por 6 a 0 (como aconteceu no último jogo contra o peruano Luís Horna, na Argentina)? Como você encara isso?
Guga:
São situações difíceis, mas esse último jogo não serve muito parâmetro, porque foi uma partida mais de exibição, bem diferente. Entrei na quadra quase à 1h da manhã. Foi um jogo mais de treinamento. Mas é ruim para qualquer tenista perder por 6/0, 6/1, 6/2, enfim, partidas fáceis. Meu objetivo agora é deixar que isso não aconteça de novo. Quanto mais eu for competitivo e começar a vencer os jogos, acho que vai me fortalecer mais.

DC: E a parte física? Você ainda sente dores no quadril?
Guga: Ainda sinto um pouco (as dores) e acho que vou ter que conviver com isso até o fim da minha carreira. Não é uma coisa que me limita a ter uma performance boa. Já estou num nível competitivo e sigo evoluindo. É isso que me deixa com muita ambição e expectativa, porque continuo melhorando. Então todos esses aspectos, quem sabe, possam me ajudar. Vou tentar fazer de tudo para que eu venha sentir o menos possível de dor e poder realmente buscar uma resistência para competir o ano inteiro, semanalmente. Acho que é isso que está faltando também. Uma seqüência de seis meses ou oito meses jogando vai fazer eu acreditar ser possível a figurar novamente entre os melhores do mundo.

DC: Isso significa disputar torneios menores inicialmente?
Guga: O quanto menos eu puder baixar o nível para voltar a subir no ranking será melhor. Mas na situação que eu estou, de repente seja preciso jogar a fase de classificação de alguns torneios ou ATP Tours que não são Masters Series. Mas a idéia é jogar os maiores torneios que é onde eu me motivo mais.

 
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