| 18/03/2011 06h32min
Aeronaves militares britânicas e francesas se preparam para proteger a fortaleza rebelde de Benghazi, na Líbia, depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou, nesta quinta-feira, todas as medidas necessárias, incluindo o uso da força — com ataques aéreos —, para deter o avanço do ditador Muamar Kadafi sobre os rebeldes líbios. O porta-voz do governo da França, François Baroin, anunciou que os ataques contra a Líbia autorizados pela ONU acontecerão em breve e os militares franceses participarão nas ações.
— Os ataques acontecerão rapidamente — declarou Baroin, que no entanto se negou a revelar quando, como e os alvos das ações.
Os governos do Qatar e da Noruega anunciaram na manhã desta sexta-feira que participarão nas operações internacionais, que incluem a implementação de uma zona de exclusão aérea.
A DECISÃO
A resolução da ONU foi co-patrocinada pela Grã-Bretanha, França e Líbano, com os EUA à frente do processo de intervenção. Dos 15 membros do Conselho, 10 votaram a favor, nenhum contra e cinco se abstiveram.
Brasil, China, Rússia, Índia e Alemanha não usaram seu direito a voto. Segundo o texto, a ONU "autoriza os Estados-membros a tomar todas as medidas necessárias para proteger os civis e as zonas habitadas por civis sob a ameaça de ataques (pelas forças de Kadafi), incluindo Benghazi". No entanto, exclui "uma força estrangeira de ocupação sob qualquer forma e em qualquer parte do território líbio".
Após a decisão, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, para coordenar a ação na Líbia.
— Os líderes concordaram em que a Líbia deve cumprir de imediato todos os termos da resolução e que a violência contra a população deve parar.
CONTRA-ATAQUE DE KADAFI
A resolução foi adotada no momento em que Kadafi anunciava um ataque sobre Benghazi, reduto dos rebeldes, prometendo "perseguir os traidores".
Anunciada a decisão do Conselho de Segurança, Kadafi advertiu que as consequências serão "terríveis". Falando ao canal de televisão Português. RTP, o líder afirmou que não haverá misericórdia em relação aos moradores de Benghazi que resistirem ao domínio de seu governo.
— Qualquer ato militar estrangeira contra a Líbia vai expor todos os transportes marítimo e aéreo no Mar Mediterrâneo ao perigo e à civis e militares (instalações) passará a ser alvo de contra-ataque da Líbia.
Um dos filhos do ditador, Saif al Islam Kadhafi. afirmou que a Líbia não teme a resolução.
— Estamos em nosso país e com nosso povo. E não temos medo — disse de Trípoli ao programa News Nightline, do canal americano ABC.
— Não teremos medo. Venham! Não vão ajudar o povo se bombardearem a Líbia para matar líbios. Destruirão nosso país. Ninguém está feliz com isso — disse.
*com agências internacionais
Rebeldes celebram em Benghazi aprovação da ONU de uso da força militar na Líbia
Foto:
Patrick Baz, AFP
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