| 23/04/2009 05h16min
Ainda não é o suficiente para oferecer ao torcedor a certeza de que o Inter é, de fato e de direito, favorito ao título da Copa do Brasil e do Brasileirão. Foi outra vez com goleada e espetáculo, como o Rolo Compressor de Tesourinha na década de 40, mas o Guarani é um time de segunda divisão. Falta examinar o comportamento longe do Beira-Rio, para além do Gre-Nal, e contra um adversário de primeira linha. Tudo isso é verdade. Mas a goleada de 5 a 0, ontem, evidencia uma realidade incontestável. O Inter de Tite vai consagrando uma cara, um padrão, um jeito próprio de jogar. E isso é marca registrada de equipes vencedoras.
O modelo tático dos volantes armadores — Magrão pela
direita, Guiñazu pela esquerda, Sandro centralizado — é importante, mas não o mais
importante. Nem mesmo D'Alessandro, maestro absoluto deste Inter envolvente de abril, é o dado mais relevante. O fundamental é o que parece ter se entranhado em cada jogador, titular como Taison ou reserva como Alecsandro. Trata-se da concepção de futebol do seu técnico.
Nos treinos, Tite exercita à exaustão a movimentação com toques rápidos. É o "tá aqui, não tá mais!" que ele grita para exigir velocidade com posse de bola. Assim, com a filosofia de jogar em benefício de seus atacantes e no campo do adversário, apostando na qualidade técnica de seus jogadores, o Inter retém a bola e vai firmando um conjunto. Por isso fabrica tantos gols. Mais do que suas individualidades, consolida-se o padrão.
É como ouvir o U2. Dois ou três acordes no rádio do carro bastam para perceber que trata-se de Bono Vox e seus amigos de infância na Irlanda. Foi assim no Caxias em 2000, seguiu na mesma toada no Grêmio de 2001 e, agora, retorna com o Inter de 2009.
Ainda
faltam testes mais fortes, mas o
padrão de jogo apresentado pelo Inter, por enquanto, oferece ao torcedor uma sensação de prazer. A de que não há razão para ter medo de ser feliz.
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