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 | 11/04/2009 18h21min

No Ataque: O Ca-Ju do Século

Juventude e Caxias jaziam esquecidos, mas eis que ressurgem das profudenzas de seus sepulcros em plena Páscoa

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

O Gladir Azambuja, da Rádio Caxias, marcou o primeiro gol do Ca-Ju deste domingo, no Alfredo Jaconi. Gol de correr o mundo no YouTube, tipo o do Ibrahimovic nos tempos de Ajax e este último, do Grafite, pelo Wolfsburg. Para o Gladir, é o Ca-Ju da Ressurreição. Juventude e Caxias jaziam esquecidos, mas eis que ressurgem das profudenzas de seus sepulcros em plena Páscoa. Humor crítico na dose certa para os dois lados. Boa sacada. Pois vou arriscar uma contribuição mais épica. É o Ca-Ju do Século. Guardadas as circunstâncias, é claro. Não vale vaga na Libertadores, como no Gre-Nal de 1989, vencido pelo Inter por 2 a 1. Mas é semifinal, também. De turno, de Campeonato Gaúcho, é verdade, mas quem passar vai a uma final.
Então, é o Ca-Ju do Século.

Rafael Carioca sim, mas a urgência é um atacante

Se o Grêmio repatriar mesmo o volante Rafael Carioca, que há seis meses saiu correndo para a Rússia certo do encontro com o Nirvana e agora quer voltar de lá correndo, será ótimo. Bastaria adiantar Adilson, segundo volante de origem que suspira quando fala em se fixar na sua verdadeira posição. Pronto. Com Tcheco e Souza nas funções de armação, o futuro técnico teria um meio-campo e tanto. Um dos melhores do Brasil, ao menos no papel.


Mas não é de volante que o Grêmio precisa com mais urgência para enfrentar a Libertadores de verdade, a partir das fases eliminatórias. Aí será preciso ataque. Palacio e Palermo estão barbarizando no Boca Juniors. O Palmeiras tem Keirrisson. O Cruzeiro, Cléber. O São Paulo tem Borges e Washington. E o Grêmio?

Rafael Carioca é boa notícia, mas um atacante seria um furo de reportagem da direção do Grêmio.

Seleção aqui, de novo

Avançam, a passos largos e decididos, as tratativas para o Beira-Rio receber outra vez a Seleção Brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. O jogo escolhido é mesmo contra o Chile, 9 de setembro, uma quarta-feira. Setenta e duas horas antes, no dia 5, o adversário é a Argentina de Maradona, em Buenos Aires. Tudo conspira a favor.


A Seleção jogaria no Estádio Monumental de Nuñez e, na mesma noite, embarcaria em Ezeiza rumo a Porto Alegre. Assim, eliminaria uma viagem cansativa após um confronto cuja chance de não extenuar os jogadores é zero. Dunga teria todo o domingo e a segunda-feira para recuperar o seu exército da batalha portenha.

Outra questão, não menos importante para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, é a do ambiente. Em caso de derrota na Argentina, a CBF teme clima hostil no Maracanã, Mineirão ou Morumbi. De um a dez, pode-se dizer que a chance de Brasil x Chile ser em Porto Alegre é nove.

O convite de Ricardo Teixeira ao presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, é um indicativo. Os dois viajam juntos até a paradisíaca Nassau, capital nas Bahamas. Lá, no fim do mês, durante o Congresso da Fifa, acontece o anúncio das cidades-sede do Mundial de 2014. Uma delas, claro, será Porto Alegre. Que está a um passo de receber, outra vez, as estrelas da Seleção.

Lembram dele?

De ídolo da torcida, o lateral-esquerdo Chiquinho virou um renegado no Inter após brigar com a direção em razão da demora em ser aproveitado após os problemas neurológicos que quase o liquidaram para o futebol. Este ano, ia disputar o Gauchão pelo Brasil-Pe. Desistiu na última hora. Preferiu o Joinville. Chegou para ser titular, amargou a reserva com o treinador Leandro Campos, depois Gelson da Silva não o aproveitou. Tudo parecia acabado — até a última quinta-feira. Repare na crônica da vitória por 3 a 0 do Joinville sobre a Chapecoense, estreia do técnico Sergio Ramirez.


" O lateral-esquerdo Chiquinho fez as três jogadas que terminaram em gol. Aos 27 minutos, fez um lançamento preciso para Juliano (...) Cinco minutos depois, Chiquinho, que voltava à equipe, acertou cruzamento na cabeça de Claudemir, que marcou o segundo do Joiville (...) O terceiro gol saiu ao natural (...) Outra vez, a jogada começou com Chiquinho, que lançou Lima."

Chiquinho deixou o gramado aos 13 minutos do segundo tempo, com cãibras, aplaudido. O resultado ressuscita o Joinville, que não vencia há sete jogos e, agora, retoma as chances de se classificar à final do segundo turno do Campeonato Catarinense. Chiquinho pode ter cometidos os seus erros no Beira-Rio, mas é bom ver um jogador no caminho da recuperação depois de tantos problemas. Que tenha sorte.

O Inter vai à Africa

Cícero Martini, do Escritório Santini & Rocha Arquitetos, faz parte da equipe encarregada de gerenciar o projeto do novo Complexo Beira-Rio. Com outros 10 profissionais, ele embarca no próximo sábado rumo a África do Sul, onde os estádios para a Copa de 2010 estão em fase final de construção. O objetivo é manter contato com arquitetos e engenheiros no próprio canteiro de obras, colhendo informações técnicas a respeito do nível de cumprimento do caderno de encargos da Fifa. África do Sul também é Terceiro Mundo. Não deixa de ser parâmetro para 2014, no Brasil. detalhe: ainda não há previsão de início das obras no Beira-Rio. Confira a entrevista com Santini.


Pergunta: Qual o objetivo da viagem à África do Sul?
Cícero Santini:
Eles estão em fase final de construção dos estádios para a Copa de 2010. Vamos ver quatro ou cinco estádios em diversas sedes para ver o que eles estão cumprindo do caderno de encargos da Fifa e de que forma eles estão trabalhando.

Pergunta: Quais as sedes que serão visitadas?
Santini:
Cidade do Cabio, Porto Elisabeth, Johannesburgo e Durbain.

Pergunta: Quantas pessoas irão?
Santini:
Dez pessoas, entre engenheiros e arquitetos responsáveis ao projeto do novo Beira-Rio.

Pergunta: O objetivo é verificar a questão das coberturas dos estádios, que estão sendo executadas neste momento?
Santini:
Não é só isso. Vamos ver tudo. O momento é ideal, pois as equipes técnicas ainda está lá, trabalhando. havia uma primeira idéia de ir nos jogos da copa das confederações, mas aí perdemos em qualidade. Para nós, o importante é esta última parte: a da execução. Teremos contatos com engenheiros e arquitetos nos próprios estádios. Para nós, isto é o primordial.

Pergunta: Haverá outras viagens deste tipo?
Santini:
Sim. Eu mesmo já visitei estádios na Europa, antes e durante a elaboração do projeto. Mas esta é importante pelas questões técnicas.

Pergunta: Como assim?
Santini:
Para ver, na prática, a execução de detalhes. O caderno de encargos da Fifa é muito voltada a algumas questões técnicas de conforto do espectador, de segurança e de acessibilidade. A parte da imprensa também é muito valorizada: nível de iluminação para televisionamento, por exemplo. Nem tudo é lei. Também há muitas sugestões no caderno. Queremos ver até que ponto estes parâmetros estão sendo cumpridos no caso da África.

Pergunta: É uma viagem técnica, então?
Santini:
Isto. vamos estabelecer Um exemplo: vai uma pessoa especializada em gramado. Ela vai ver se a grama é a mesma. Temos gramados de ótima qualidade aqui, mas é sempre é bom conferir. Fala-se até em níveis de solarização. Vamos ver o nível de cumprimento das exigências.

Pergunta: Mas será possível começar as obras da cobertura metálica ainda este ano, ao menos?
Santini:
Há dois focos. O técnico e o financeiro. Tecnicamente, é possível. Mas, eticamente, não teria como te responder.

Pergunta: Não tem data, então: tudo depende da parte financeira?
Santini:
É por aí.


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