| 16/01/2009 15h59min
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai investigar o desaparecimento dos dados do tacógrafo do ônibus que transportava o time do Brasil-Pe e sofreu acidente na noite de quinta-feira, próximo a Canguçu. Três pessoas morreram: o zagueiro Régis, o atacante Claudio Milar e o treinador de goleiros Giovani Guimarães.
— Vamos investigar isso a fundo, com o apoio da Polícia Civil e da Brigada Militar — afirmou o chefe de comunicação da PRF, Alessandro Castro.
O tacógrafo é um dispositivo que monitora a velocidade, tempo de viagem a e distância percorrida dos veículos. O uso do aparelho é obrigatório para veículos de transportes de passageiros com mais de 10 lugares. Os dados ficam registrados em discos de papel, que não estavam no aparelho após o acidente.
Questionado pelo Polícia Civil, o condutor do ônibus da empresa Bosembecker garantiu ter colocado os discos no tacógrafo ainda na sede da empresa. De acordo com o boletim de ocorrência, o motorista foi
submetido a exame de bafômetro, que
não constatou a ingestão de bebidas alcoólicas.
O delegado Félix Rafanhim garantiu, em entrevista à Rádio Gaúcha , que será possível saber a velocidade aproximada do ônibus, a partir do trabalho da perícia, independente do dispositivo.
— Se o tacógrafo foi subtraido, isto é um crime, que é adulteração de local especialmente protegido — afirmou Rafanhim.
O delegado disse ainda que apenas uma pessoa com conhecimento técnico poderia retirar o tacógrafo.
Para o superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Vanderlei Langer, o ônibus estava com velocidade acima do permitido.
— Para o tipo de veículo, pelo nosso conhecimento e pelas condições da rodovia esse veículo entrou acima da velocidade (permitida) no local.
Segundo o delegado Félix Rasanhim, o próprio motorista admitiu estar um pouco acima da velocidade. A curva deve ser feita a 40 quilômetros por hora, mas ele estaria a 50 quilômetros
por hora, conforme um depoimento preliminar.
A polícia vai
começar a ouvir as testemunhas na próxima segunda-feira. A reportagem da Rádio Gaúcha entrou em contato com a empresa do ônibus, a Bosembecker Turismo. Um funcionário informou que apenas a proprietária irá falar com a imprensa. Ela está voltando de viagem de Santa Catarina e deve conceder uma entrevista ainda nesta sexta-feira.
O acidente ocorreu por volta das 23h30min de quinta-feira, no anel de acesso à BR-392, na rodovia estadual RS-471. O veículo, que levava o time de volta a Pelotas após amistoso contra o Santa Cruz, no município de Vale do Sol, tombou de um barranco de cerca de 40 metros. A velocidade máxima permitida no local do acidente é de 40 km/h.
Ônibus que transportava delegação do Brasil-Pe tomou em barranco próximo a Canguçu
Foto:
Nauro Júnior
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