| 31/07/2008 21h04min
O vice-presidente do Marcílio Dias, Carlos Fernando Crispim, está indignado com a suspeita de que o resultado do jogo do Marinheiro contra o Toledo, no Paraná, tenha sido combinado. No domingo, as duas equipes ficaram no 0 a 0 pela última partida da primeira fase da Série C e, com o placar, os times garantiram a classificação à rodada seguinte. Ao final do confronto, o jogador Rafinha, da equipe paranaense, afirmou em entrevista à imprensa que tanto Marcílio quanto Toledo acertaram previamente o resultado.
Diante da declaração de Rafinha, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) paralisou a primeira rodada do Grupo 24 pela segunda fase da Série C (marcada para o dia 3) até o julgamento do caso, no dia 8. O procurador Paulo Schmitt pediu em sua denúncia que as partidas do último domingo (Toledo x Marcílio Dias e Inter-SM x Engenheiro Beltão) sejam realizadas novamente, simultaneamente, em um novo dia e horário.
— Estamos nos sentido injustiçados. Já contratamos um advogado no Rio de Janeiro, que está trabalhando neste processo. Estamos providenciado toda a documentação (áudios e fitas do jogo) para provar que não houve nada de irregular por parte do Marcílio Dias ou do Toledo. O atleta falou precipitadamente e erradamente sobre o assunto — afirmou Crispim ao clicRBS.
Futebol do Marinheiro "na vala"
Segundo o dirigente, pela análise do jogo, não é possível dizer que houve combinação de resultado:
— Ele (Rafinha) foi inocente na declaração. Nos 10 minutos finais, os atletas acabaram segurando o jogo porque o resultado interessava. Mas, no resto do jogo, não foi assim. Além disso, os outros times (Inter-SM e Eng. Beltrão) dependiam de uma combinação de resultados, tanto que em Santa Maria o jogo começou mais tarde propositalmente. Ninguém fala que no final do jogo o Marcílio sofreu um pênalti escandaloso, que tivemos chances de marcar e que houve bola na trave. Estão fazendo um sensacionalismo em cima dos últimos 10 minutos de jogo — desabafou Crispim.
— Nosso futebol está sendo jogado na vala comum por uma situação que nós não temos culpa — finalizou.
De acordo com o dirigente, há tranqüilidade em relação à defesa do clube no julgamento no Rio de Janeiro, mas a paralisação do torneio acaba preocupando o grupo de jogadores:
— O trabalho (do elenco) está normal, mas sempre tem uma preocupação de todos. A denúncia foi acatada e o presidente (do STJD) concedeu liminar. Essa paralisação é complicada e afeta todo mundo, inclusive os atletas.
Jogos suspensos e a denúncia
Com a decisão de parar o Grupo 24 da Série B, estão suspensos até o dia 8 os jogos Caxias (RS) x Toledo e Marcílio Dias x Brasil-Pe. A rodada só será retomada depois que o STJD julgar as denúncias da procuradoria.
Estão no banco dos réus o jogador Rafinha, do Toledo, e o técnico do Marcílio Dias, Sérgio Ramirez. Ambos foram enquadrados no artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) — proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição — que prevê como pena a eliminação do esporte.
Ramirez foi denunciado por ter ordenado a troca de uniformes dos jogadores do Marcílio no intervalo da partida, com o objetivo de atrasar o jogo. Com isso, o árbitro da partida teve que mandar todo mundo do Marinheiro trocar de camisa, já que a roupa era parecida com a do Toledo.
Clubes no banco dos réus
Além disso, Marcílio Dias e Toledo também foram denunciados. O time catarinense está enquadrado no artigo 215 do CBJD — deixar de apresentar a sua equipe em campo até a hora marcada para o início ou reinício da partida — que estipula multa de até R$ 1 mil por minuto de atraso.
Já a equipe paranaense, que atrasou em cinco minutos o início do jogo, terá que responder ao artigo 206 — dar causa ao atraso do início da realização da competição marcada para sua praça de desportos. A punição prevista é também de R$ 1mil por minuto.
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