| 26/10/2007 06h44min
A força de vontade é uma das características que o próprio Sandro Goiano gosta de apontar na hora de falar sobre o seu futebol. Pelos torcedores, o volante de 34 anos também é lembrado pela força, só que aquela que mostra na marcação aos adversários. A pegada deste goiano de Pirenópolis lhe rendeu o apelido de "peleador", típico dos pampas. Neste domingo, às 16h, no Olímpico, Sandro deve ter mais uma vez o Náutico no seu caminho. Para ele, o reencontro com o rival da Batalha dos Aflitos será especial já que poderá chegar aos cem jogos pelo Grêmio.
— É uma marca que poucos jogadores têm hoje em dia no futebol brasileiro. É com muito orgulho que visto esta camisa, sempre respeitando essas cores e tentando fazer do Grêmio uma equipe vitoriosa. Mesmo quando eu ainda não estava no Grêmio, já via esse espírito de uma equipe vencedora e aguerrida — elogia ele, que lamenta não ter chegado aos cem jogos antes por causa de lesões que o afastaram do time.
Em pouco mais de dois
anos no Grêmio, Sandro
lembra dos momentos importantes no clube. As maiores emoções vieram neste ano nas heróicas vitórias no Gauchão e na Libertadores. O volante destaca algumas das partidas que ficaram na memória dele e da torcida tricolor:
— Aquele jogo aqui com o Caxias, que classificamos para a final (do Gauchão) fazendo 4 a 0. Na Libertadores, as vitórias sobre o Cerro Porteño, o Defensor, nos pênaltis, o Santos e São Paulo. Foi um ano desgastante, mas inesquecível.
Sandro mantém o bom humor ao comentar seus gols pelo time.
— São vários... Só dois (risos). Um em 2005, contra a Portuguesa, e um esse ano contra o Vasco. Fica fácil de lembrar. Mas tem dois gols contra o Grêmio também que fiz quando joguei com a camisa do Caxias, um deles lá em Caxias e outro no Estádio Olímpico. Então está dois a dois, mas logo, logo, a gente vai desempatar isso — brinca ele.
Da Segundona à final da Libertadores
Vindo do Paysandu — pelo qual disputou mais de 300 jogos —, em 2005, Sandro
chegou em um momento complicado no Grêmio, com o time amargando uma má fase na Série B do Brasileirão. Ele confessa que a primeira impressão que teve não foi nada boa.
— Deixei um clube de primeira divisão para vir para o Grêmio, que estava na segunda. Se falava muito em o Grêmio ser rebaixado. O primeiro jogo que do Grêmio foi contra a Anapolina, já com a delegação. Na verdade, deu vontade de voltar para o Paysandu porque o time estava completamente desorganizado e esquisito mesmo. Mas ali em diante a gente fez um grupo forte, com cara de que iria subir para a primeira divisão. O resto foi aquela loucura contra esse mesmo Náutico que a gente vai enfrentar agora — lembra ele, destacando a conquista da Série B, pela qual foi recentemente homenageado na Calçada da Fama do Olímpico.
Sandro diz que está ansioso pela renovação do seu contrato, que termina no final do ano. Ele adianta que quer ficar no clube na próxima temporada.
— A gente deixa nas mãos
dos diretores e dá comissão para
decidir. Se não ficar, estarei sempre torcendo para o Grêmio, uma equipe que tenho carinho. Por tudo que passei aqui, vou ser um eterno torcedor.
A conquista do carinho do torcedor
Para o volante, a receita para ter alcançado sucesso junto aos torcedores é uma só:
— Acho que sou lembrado pela força de vontade de vencer. A gente demostra isso nos treinos, nos jogos e a torcida gosta bastante de quem se dedica e se empenha por ela.
Sandro também comenta algumas pérolas que torcedores escrevem na Internet citando o seu nome, na mesma linha de heróis de programas de TV como Chuck Norris e Jack Bauer: "Sandro Goiano não olha para os dois lados antes de atravessar a rua, ele simplesmente dá um carrinho nos automóveis para passar" ou "Sandro Goiano não bate falta, ele surra a falta".
— São brincadeiras né? Eles têm um carinho especial por mim e criam essas coisas que não me atrapalham e
não me ajudam também, mas não atrapalham em nada e tento ser como sempre
fui — diz ele, sem esconder o sorriso de quem ainda espera dar ainda mais alegrias ao torcedor.
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