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 | 06/09/2005 16h28min

Corrupção leva investigadores a pedirem reforma urgente na ONU

Programa Petróleo por Comida teria sido fraudado pela maioria dos envolvidos

A investigação interna relativa ao programa humanitário no Iraque confirmou casos de corrupção na ONU, assim como graves erros de controle e administração que exigem uma reforma urgente.

É o que diz uma informação antecipada do relatório a ser apresentado amanhã por Paul Volcker, encarregado pela ONU, há mais de um ano, de investigar as suspeitas de corrupção e fraude no organismo internacional.

Segundo Volcker, o programa humanitário Petróleo por Comida, que chegou a movimentar US$ 64 bilhões, foi "ineficaz e corrupto", e dele tiraram proveito não só funcionários da ONU, mas também empresários de vários países e o próprio regime de Saddam Hussein.

O Petróleo por Comida foi idealizado em meados dos anos 90 para aliviar a situação da população iraquiana nos anos mais duros do embargo imposto pela ONU após a invasão do Kuwait. Assim, permitiu-se ao regime de Saddam, sob a supervisão da ONU, vender petróleo nos mercados internacionais em troca de investir os recursos na combra de bens de primeira necessidade e na reforma de infra-estruturas.

Para a comissão Volcker, o programa obteve progressos reais, porque permitiu alimentar boa parte da população iraquiana, evitando assim uma crise humanitária.

Mas o problema deriva da dimensão assumida pela iniciativa humanitária, que acabou saindo da alçada da ONU, incapaz de impor o controle necessário sobre a venda de petróleo. O resultado foi a proliferação de denúncias de "desperdício, ineficiência e corrupção, inclusive dentro das Nações Unidas".

Os investigadores afirmaram que foram as diferenças entre os países-membros que impediram que se tomassem as medidas de controle necessárias. Com isso, acabou-se "tolerando o contrabando em grande escala, e houve um enfraquecimento das práticas administrativas do Secretariado".

AGÊNCIA EFE
 

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