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Tecnologia  | 04/05/2011 08h11min

Apple longe do topo das tecnológicas verdes

Relatório elaborado pelo Greenpeace tem Yahoo, Google e Amazon nos primeiros lugares em utilização de energia limpa nos centros de dados

A Apple apareceu na última colocação de um dos mais amplos rankings de empresas tecnológicas verdes por conta de sua alta dependência de centros de dados "sujos".

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A lista, produzida pelo Greenpeace e revelada em São Francisco (EUA) no final de abril, mostra que a empresa depende fortemente de carvão altamente poluente nos locais onde ficam seus bancos de servidores.

O relatório do Greenpeace How dirty is your data? (Quão sujos são seus dados?, em tradução livre) revela que o investimento da empresa em uma nova instalação na Carolina do Norte (EUA) vai triplicar seu consumo de energia, equivalente a demanda por eletricidade de 80 mil residências norte-americanas.

A energia da unidade será fornecida pela Duke Energy, a partir de um mix de 62% vinda de carvão e outros 32% de fonte nuclear. Recentemente, a Apple teve um grande impulso em seu lucro trimestral, que cresceu 95%, para US$ 6 bilhões.

Gary Cook, analista político de TI (Tecnologia da Informação) do Greenpeace e coordenador do relatório afirmou:

- Os consumidores querem saber que quando fazem o upload de um vídeo ou mudam o status no Facebook não estão colaborando para o aquecimento global ou futuras Fukushimas.


Mais transparência nos relatórios de energia

As empresas nos EUA não são obrigadas por lei a divulgar o seu uso de energia ou as suas emissões de carbono. Mas o Greenpeace extraiu de informações públicas os investimentos realizados em centros de dados para estimar o quanto de energia essas instalações vão consumir. Depois, combinaram as informações com dados do governo.

O relatório estimou a dependência dos centros de dados da Apple com relação ao carvão em 54,4%, seguida de Facebook, com 53,2%, IBM, com 51,6%, HP, com 49,9%, e Twitter, com 42,5%. As marcas com as melhores colocações em energia limpa no estudo foram Yahoo, Google e Amazon. O Greenpeace também está em uma campanha para que o Facebook deixe de ser "amigo do carvão" e passe a usar energia limpa.

- Muitas empresas tratam seu consumo de energia como uma fórmula secreta porque não querem que seus concorrentes saibam o quanto elas gastam. A energia consumida pode indicar em que tipo de "corrida armamentista" a empresa está - disse Cook.


Download de músicas versus compra de CD

A computação se baseia em grandes centros de dados, em vez de um setor de TI interno para abastecer serviços como Hotmail ou Gmail. A demanda dos centros de dados já é responsável por algo em torno de 1,5% a 2% do consumo de energia mundial e deve quadruplicar nos próximos 10 anos. Molly Webb, diretora de tecnologia inteligente do Grupo Climático em Londres, afirma:

- O ideal seria destacar a necessidade de investimentos e de uma política de governo ambiciosa para garantir energia limpa suficiente para deixar os tweets mais verdes.

Jonathan Koomey, pesquisador de energia e impactos ambientais do setor de TI, que teve um de seus trabalhos citados no estudo, destaca que essa indústria atrai críticas indevidas:

- O uso da TI frequentemente reduz os impactos ambientais. Quando comparamos as emissões do download de uma música com as da compra de um CD, por exemplo, descobrimos que a primeira opção reduz em até 80% o impacto no ambiente.


Relatório está online

Para quem quiser ver mais detalhes do relatório elaborado pelo Greenpeace, a organização disponibilizou a publicação completa em seu site.

Basta acessar para conferir as cerca de 30 páginas do estudo sobre as grandes empresas de tecnologia.

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THE GUARDIAN
Divulgação / 

Apple ficou com a última colocação em ranking do Greenpeace
Foto:  Divulgação


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