Recursos Naturais | 01/03/2011 07h11min
Mal anunciou a redução de 21,2% em suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) nos últimos três anos, a Natura agora lança o desafio de diminuir o consumo de água ao longo de toda a sua cadeia produtiva.
De acordo com Marcelo Cardoso, vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade da empresa, o compromisso da Natura de pensar sua relação com o recurso nasceu há cerca de dois anos e deve ter suas metas definidas até o final de 2011.
Assim como no inventário dos GEE, a empresa decidiu fazer o cálculo completo de seu consumo do líquido, desde a extração da matéria-prima até o descarte pelo consumidor final.
Para isso, associou-se à Water Footprint, organização responsável por um protocolo que permite saber quanto de água um produto consume ao longo de sua vida. A Natura está entre as primeiras empresas da América Latina e do setor de cosméticos a fazer parte da entidade.
Cardoso destaca que uma das grandes dificuldades para medir o consumo de água e determinar a sua compensação é a distribuição regional do recurso.
Diferentemente do CO2, que tem um impacto global, não adianta economizar água em São Paulo se, no Nordeste, o gasto continua o mesmo. Além disso, o nível de saneamento de cada região também vai determinar o peso das atividades da empresa.
- Onde o saneamento é melhor, o tamanho da compensação a ser feita será menor, pois já existe um tratamento prévio da água - explica.
O executivo refere-se ao terceiro nível do protocolo da Water Footprint, que envolve a quantidade do recurso necessária para diluir o efluente da água descartada pelo consumidor.
Nas metas que anunciará no final do ano, a Natura pretende se comprometer em reduzir seus gastos no processo produtivo e de distribuição.
Nessa área, as empresas de bebidas e alimentos são, atualmente, as mais atuantes, mas os trabalhos para a diminuição no consumo de água na indústria deve se expandir, assim como ocorreu com o CO2.
- A Coca-Cola, embora coloque o foco no impacto da produção e da distribuição, é uma das mais avançadas no assunto - destaca Cardoso.
A Ambev, por exemplo, lançou, no início de 2010, o Movimento Cyan, que busca mobilizar a sociedade para o uso consciente da água.
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